segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Desemprego vai a 10,4% na zona do euro e bate recorde




Taxa de 2011 é a maior desde criação da moeda comum; Espanha, com 22,9% sem ocupação, tem o pior índice

Divulgação dos dados ocorreu um dia após líderes europeus terem aprovado pacto de austeridade fiscal



Rodrigo Russo

A taxa de desemprego nos 17 países que integram a zona do euro chegou no ano passado ao maior nível desde a criação da moeda: 10,4% da população economicamente ativa, divulgou ontem o órgão oficial de estatísticas da União Europeia.

Quando considerados todos os 27 países do bloco, o índice fica em 9,9%.

Em comparação com o fim de 2010, houve um aumento de 751 mil desempregados na zona do euro, cujo índice era de 10%; na União Europeia, o aumento foi de 923 mil pessoas, e o índice era de 9,5%.

As estatísticas mostram que há disparidades muito grandes entre os países do bloco, onde há cerca de 23,8 milhões de pessoas sem emprego, e aumentam o temor de recessão.

A Alemanha é um dos países com menor índice de desemprego: 5,5%. As menores taxas são as de Áustria (4,1%), Holanda (4,9%) e Luxemburgo (5,2%).

Por sua vez, a Grécia, que negocia com seus credores a redução do total de sua dívida, teve o maior salto no desemprego em comparação com o ano anterior: passou de 13,9% para 19,2%. Seu índice é inferior apenas ao da Espanha, onde há 22,9% de desempregados.



Jovens

Alemanha (7,8%), Áustria (8,2%) e Holanda (8,6%) detêm as menores taxas de desemprego entre jovens, enquanto Espanha (48,7%) e Grécia (47,2%) apresentam quase metade desse segmento da população sem nenhuma ocupação.

O anúncio das estatísticas veio no dia seguinte ao encontro dos líderes europeus em Bruxelas, onde eles aprovaram, sob a liderança da premiê alemã, Angela Merkel, o Mecanismo Europeu de Estabilidade, os termos do pacto de austeridade fiscal e adotaram discurso de crescimento e criação de empregos.

A questão é como os governos conciliarão medidas para aumentar a disciplina orçamentária e estímulos ao crescimento econômico.

O tratado prevê sanções de até 0,1% do PIB do país que não cumprir as regras fiscais.

O Reino Unido e a República Tcheca foram os únicos países que não aderiram ao acordo europeu.

Em discurso aos líderes no início da reunião, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, defendeu a adoção de um imposto de 0,05% sobre transações financeiras na zona do euro e a emissão de papéis de dívida pública conjunta, os chamados "eurobonds", para estabilizar a crise financeira.

No próximo encontro do Conselho Europeu, em março, quando o pacto fiscal será assinado, o tema do emprego deve ser central, mas a resposta precisa ser mais efetiva do que a de anteontem.





Desemprego na  Europa

União Européia
Zona do Euro
Áustria
Alemanha
Itália
França
Portugal
Grécia
Espanha
9,9
10,4
4,1
5,5
8,9
9,9
13,6
19,2
22,9



Situação em outras regiões

Reino Unido
Brasil
EUA
8,4
4,7
8,5

Fontes: Eurostat, Cia Factbook, DNS e IBGE



Rodrigo Russo – 01.02.2012