Proporção de adultos com nível universitário subiu
três pontos percentuais entre gerações, segundo a OCDE
Na Coreia do Sul, diferença foi de 50 pontos; no nível médio, brasileiros avançaram mais do que a média
Na Coreia do Sul, diferença foi de 50 pontos; no nível médio, brasileiros avançaram mais do que a média
Antônio Gois
A distância que separa o
Brasil dos mais ricos, que já era grande, aumentou ainda mais quando se compara
a proporção de adultos com nível superior entre gerações.
A informação consta de
um relatório da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
que será divulgado hoje.
O estudo, com
indicadores educacionais de 42 países, alerta que, caso a proporção de
brasileiros com nível superior não aumente em relação ao que é verificado hoje
na população de 25 a 34 anos, o país ficará cada vez mais longe da média da
OCDE, que congrega principalmente nações desenvolvidas.
Comparando apenas a
população de 25 a 34 anos, o Brasil tem apenas 12% com nível superior, o menor
percentual da lista. Entre 55 e 64 anos tem proporção um pouco menor: 9%. Isto
indica que, entre gerações, o avanço é de apenas três pontos percentuais.
Na Coreia do Sul, país
que mais avançou, esta diferença é de 50 pontos. Na média da OCDE, o avanço foi
de 15.
Quando a mesma
comparação é feita levando em conta a proporção de pessoas com nível médio
completo, a análise fica mais favorável, com o Brasil tendo avançado mais do
que a média.
O estudo permite também
comparar quanto cada nação investe por aluno. No caso brasileiro, apesar de
termos mais que dobrado o investimento per capita na educação básica na década
passada, o valor segue bem abaixo da média das demais nações, o que revela o
tamanho do atraso acumulado do país.
Nas escolas públicas de
nível fundamental e médio, um estudante brasileiro custa US$ 2.098 (R$ 3.586)
ao ano. Na média da OCDE, este valor, também apenas considerando a rede
pública, é de US$ 8.111 (R$ 13.865).
O único nível em que
gastamos mais por aluno do que a média dos países desenvolvidos é o superior,
onde o custo é de US$ 11.610. A média da OCDE é US$ 10.543.
Isto faz do sistema
brasileiro o de maior desigualdade quando se compara o investimento do poder
público por aluno na educação básica com o que é gasto com um universitário.
Como o indicador é por
aluno, o gasto maior per capita no ensino superior público não se traduz em uma
quantidade expressiva de jovens atendidos nas instituições públicas. Pelo
contrário, no Brasil, quatro em cada cinco matrículas de nível superior estão
no setor privado. 13.09.2010
Antônio
Gois –
13.09.2011
Confira o gráfico
comparativo no link: http://acervo.folha.com.br/fsp/2011/09/13/15