sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Não há arte possível para gente de bem



A autocensura transformada em censura pelo Santander Cultural é um sinal dos dias sombrios que atravessamos.


Daniela Name
Uma exposição que inflamou aquela cidade fria. Os cidadãos de bem comentavam, mesmo sem ter visto. As mães protegiam seus filhos daquelas telas, esculturas, fotografias e objetos, consideradas uma ameaça à família, ao espírito nacional, aos altos valores. Cada obra como um ataque premeditado à ordem; cada defensor desse tipo de arte como um pervertido, pedófilo, bandido ou prevaricador — talvez todos os atributos combinados. Uma patrulha civil, milícia da moral, de plantão do lado de fora, abordando e intimidando as pessoas. Afinal de contas, quem não é pelo bem compactua com o mal. Porto Alegre? MBL? Mostra queer? Não. Este texto começou em Munique, onde, há exatos 80 anos, em 1937, um certo Adolf Hitler transformou a mostra "Arte degenerada" em uma de suas principais peças de propaganda ideológica.
Nas paredes e no espaço, obras de Piet Mondrian, Emil Nolde e Oskar Schlemmer, entre outros grandes nomes da arte moderna. Esteticamente, eles representavam a ruptura com a ideia de verossimilhança e com o sistema de representação ordenado e hierárquico vigente desde o Renascimento.Simbolicamente, apontavam para a arte como um horizonte de ambiguidades, de opacidade e de ficção; um campo sem compromisso com o real; um impulso sempre faminto de liberdade e de utopia. E, é claro, um perigo avassalador para a intolerância e o discurso monocórdio de Hitler. A exposição "Arte degenerada" deu ao ditador a chancela para a destruição de obras dos artistas participantes e também de Picasso, Kandinsky e Matisse — todos vistos como vetores "judaico-bolcheviques". O resto da história conhecemos bem — ou ao menos deveríamos: obras de arte queimadas, escondidas, destruídas. Artistas e pensadores fugindo ou morrendo.
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Daniela Name – Crítica de arte e curadora – 12.09.2017;
IN O Globo.


quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Gun violence in America, in 17 maps and charts


charts and maps show what that violence looks like compared with the rest of the world, why it happens, and why it's such a tough problem to fix.

America is an exceptional country when it comes to guns. It's one of the few countries in which the right to bear arms is constitutionally protected, and presidential candidates in other nations don't cook bacon with guns. But America's relationship with guns is unique in another crucial way: Among developed nations, the US is far and away the most violent — in large part due to the easy access many Americans have to firearms. These charts and maps show what that violence looks like compared with the rest of the world, why it happens, and why it's such a tough problem to fix.
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German Lopez – 01.10.2015
IN Vox.com (Gun Violence Statistics).


domingo, 24 de setembro de 2017

How to Raise a Feminist Son


We raise our girls to fight stereotypes and pursue their dreams, but we don’t do the same for our boys.

Claire Cain Miller
We’re now more likely to tell our daughters they can be anything they want to be — an astronaut and a mother, a tomboy and a girlie girl. But we don’t do the same for our sons.
Even as we’ve given girls more choices for the roles they play, boys’ worlds are still confined, social scientists say. They’re discouraged from having interests that are considered feminine. They’re told to be tough at all costs, or else to tamp down their so-called boy energy.
If we want to create an equitable society, one in which everyone can thrive, we need to also give boys more choices. As Gloria Steinem says, "I'm glad we've begun to raise our daughters more like our sons, but it will never work until we raise our sons more like our daughters". 
That’s because women’s roles can’t expand if men’s don’t, too. But it’s not just about women. Men are falling behind in school and work because we are not raising boys to succeed in the new, pink economy. Skills like cooperation, empathy and diligence - often considered to be feminine - are increasingly valued in modern-day work and school, and jobs that  require these skills are the fastest-growing. 
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Claire Cain Miller – 01.06.2017.
In New York Times.


sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Bem-formada, nova geração chega mal-educada às empresas, diz filósofo


Mário Sérgio Cortella – “A perturbação vem de um sonho que se distancia no cotidiano. No dia a dia, a pessoa se coloca como alguém que vai ter um grande legado, mas fica imaginando o legado como algo imediato.
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A atual geração de pais e mães que têm filhos na faixa dos dez, doze anos, é extremamente subordinada. Como há por parte dos pais uma ausência grande de convivência, no tempo de convivência eles querem agradar. É a inversão da lógica. Eu queria ir bem na escola para os meus pais gostarem, não era só uma obrigação.
Essa lógica faz com que, quando o jovem vai conviver com um adulto que sobre ele terá uma tarefa de subordinação, na escola ou trabalho, haja um choque. Parte da nova geração chega nas empresas mal-educada. Ela não chega mal-escolarizada, chega mal-educada”.

Ingrid Fagundez
Na introdução de seu novo livro, o filósofo e escritor Mario Sergio Cortella coloca em poucas palavras o questionamento central da obra Por que fazemos o que fazemos?. Lançada em julho, ela trata da busca por um propósito no trabalho, uma das maiores aflições contemporâneas.
Em entrevista à BBC Brasil, Cortella, também doutor em Educação e professor, fala como um mundo de múltiplas possibilidades levou as pessoas a negarem ser apenas uma peça na engrenagem.
O filósofo explica como a combinação de um cenário imediatista, anos de bonança e pais protetores fez com que a "busca por propósito" dos jovens seja muitas vezes incompatível com a realidade.
"No dia a dia, eles se colocam como alguém que vai ter um grande legado, mas ficam imaginando o legado como algo imediato."
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Para continuar a leitura, acesse http://www.bbc.com/portuguese/geral-36959932?ocid=socialflow_facebook

 

 

 



 

 

Ingrid Fagundez – 03.08.2016
Mário Sérgio Cortella – Filósofo e escritor.
IN BBC Brasil.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Aid in reverse: how poor countries develop rich countries


New research shows that developing countries send trillions of dollars more to the west than the other way around. Why?

Janon Hickel
We have long been told a compelling story about the relationship between rich countries and poor countries. The story holds that the rich nations of the OECD give generously of their wealth to the poorer nations of the global south, to help them eradicate poverty and push them up the development ladder. Yes, during colonialism western powers may have enriched themselves by extracting resources and slave labour from their colonies – but that’s all in the past. These days, they give more than $125bn (£102bn) in aid each year – solid evidence of their benevolent goodwill.
This story is so widely propagated by the aid industry and the governments of the rich world that we have come to take it for granted. But it may not be as simple as it appears.
The US-based Global Financial Integrity (GFI) and the Centre for Applied Research at the Norwegian School of Economics recently published some fascinating data. They tallied up all of the financial resources that get transferred between rich countries and poor countries each year: not just aid, foreign investment and trade flows (as previous studies have done) but also non-financial transfers such as debt cancellation, unrequited transfers like workers’ remittances, and unrecorded capital flight (more of this later). As far as I am aware, it is the most comprehensive assessment of resource transfers ever undertaken.
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Janon Hickel – Antropólogo da London School of Economics – 27.01.2017.
In The Guardian.


domingo, 17 de setembro de 2017

“O teto de gastos vai ferir de morte o SUS”


Ronald Ferreira dos Santos – “O subfinanciamento sempre foi um problema crônico, mas será agravado pela aprovação da Emenda Constitucional nº 95, chamada de Teto de Gastos. Alguns dizem que a medida vai congelar os dispêndios públicos por 20 anos.

Não é exatamente assim. É pior. Trata-se, na verdade, de uma diminuição progressiva dos recursos destinados à saúde. Vai ferir de morte o SUS. Se a medida não for revertida, podemos desistir da ideia de um sistema único.

(...) O Brasil investe, atualmente, 3,8% do PIB de dinheiro público na saúde. A atividade econômica do setor, incluídos os gastos privados, varia de 8,5% a 9% do PIB. No decorrer dos 20 anos, o porcentual dos gastos públicos vai cair de 3,8% para menos de 1% do PIB”.


Sérgio Lírio
Em 2018, 0 SUS completa 30 anos. Apesar da falta de recursos, das crises recorrentes, da escassez de profissionais e de problemas de financiamento, o Brasil conseguiu erguer em poucas décadas o maior sistema público de saúde do planeta, feito notável para uma nação que tem dificuldades para desenvolver políticas de longo prazo.
O que seria motivo de orgulho se tornou mais um ponto de preocupação. O SUS, afirma Ronald Ferreira dos Santos, presidente do Conselho Nacional de Saúde, corre o risco de não passar de 30 anos, por conta de emenda constitucional que limita os gastos públicos nas próximas duas décadas.
Se a medida não for revertida, alerta Santos, o investimento público no setor despencará de 3,8% do PIB para menos de 1%. “Será a morte do sistema estabelecido na Constituição de 1988”.
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Sérgio Lírio – 03.08.2017.
Ronald Ferreira dos Santos – Presidente do Conselho Nacional de Saúde.
IN Carta Capital.


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Temer pode evitar o afastamento, mas não vai entregar o que promete


Não é impossível que Temer sobreviva, mas obter apoio parlamentar para esta agenda não sairá barato.

Marta Arretche
Três atores coletivos são fundamentais nos cálculos políticos dos governantes: o eleitorado, os empresários e o Parlamento. Governos podem sobreviver com muito baixos índices de popularidade, mas suas chances (re)eleitorais - e dos partidos que lhes dão sustentação - caem na mesma proporção.
Impessoalmente conhecido como "o mercado", o empresariado vota por meio de suas decisões de investimento. Não investindo, gera crises econômicas que afetam diretamente o bem-estar dos eleitores.
Empresários também podem financiar a deposição de governos. Em matéria publicada no Estado de São Paulo, Elsinho Mouco, marqueteiro de longa data do presidente Temer, declarou que empresários custearam as manifestações "populares e espontâneas" em favor do impeachment de Dilma.
Por fim, governos de minoria não são candidatos naturais à deposição, nem mesmo sob o parlamentarismo. Mas, aprovar legislação e sobreviver a pedidos de impeachment requerem maiorias parlamentares.
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Marta Arretche – Cientista Política e Professora da USP – 21.07.2017.
In Huffington Post Brasil.


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

'Despreparada para a era digital, a democracia está sendo destruída', afirma guru do 'big data'


Martin Hilbert – “Porque a democracia representativa, como a inventaram nos EUA, é um processo de filtrar informação. Há 250 anos era impossível consultar todas as pessoas e as pessoas tampouco estavam informadas. Então os ‘pais fundadores’ da nação americana inventaram um filtro de informação que chamaram de representação: ter representantes que em seu nome deliberam e definem o que serve à sociedade. Rompemos isso completamente.
Os representantes hoje podem ter acesso a tudo o que os cidadãos fazem. E os cidadãos podem ditar a vida dos representantes, com tuítes e outros recursos. A democracia representativa não está preparada para isso.
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É preciso refletir e reinventar a democracia representativa. Caso contrário, ela pode facilmente se converter em ditadura da informação”.

Gerardo Lissardy 
Quando Martin Hilbert calcula o volume de informação que há no mundo, causa espanto. Quando explica as mudanças no conceito de privacidade, abala. E quando reflete sobre o impacto disso tudo sobre os regimes democráticos, preocupa.
"Isso vai muito mal", adverte Hilbert, alemão de 39 anos, doutor em Comunicação, Economia e Ciências Sociais, e que investiga a disponibilidade de informação no mundo contemporâneo.
Segundo o professor da Universidade da Califórnia e assessor de tecnologia da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, o fluxo de dados entre cidadãos e governantes pode nos levar a uma "ditadura da informação", algo imaginado pelo escritor George Orwell no livro 1984.

 

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Para continuar a leitura, acesse http://www.bbc.com/portuguese/geral-39535650




Gerardo Lissardy – 09.04.2017.
IN BBC Mundo em Nova York.


domingo, 10 de setembro de 2017

Políticos e a escolha dos membros do STF


A partir da constatação de que as maiores democracias do mundo dão a senadores, deputados e presidentes a prerrogativa de nomear integrantes de cortes supremas, como ocorre no Brasil, texto elenca antídotos à politização excessiva de tal processo. A consulta a entidades judiciais pode resultar contraproducente.

Thomaz Pereira e Diego Werneck Arguelhes
A sabatina no Senado é apenas uma etapa no processo de nomeação de um ministro para o Supremo Tribunal Federal. Mas é um momento decisivo para a sociedade.
Entre conversas reservadas, negociações e sondagens informais e a votação secreta no Senado, a sabatina é o único momento público do processo. Nela transbordam as dúvidas, esperanças e, especialmente, os interesses que permeiam a nomeação de um(a) ministro(a) para o STF.
Na sabatina de Alexandre de Moraes, estava em jogo um problema que transcendia a sua própria indicação para a vaga de Teori Zavascki. Por que aceitar um sistema em que o presidente indica e os senadores aprovam alguém que poderá ser o juiz deles próprios?
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Thomaz Pereira e Diego Werneck Arguelhes – Professores da FGV RJ – 05.03.2017.
IN Folha de São Paulo.


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Por que fizemos opção pelos pobres ( e eles pelo neopentecostalismo...)?


A modernidade separou Estado e Igreja. Agora o Estado é laico. Portanto, não pode ser pautado por determinada crença religiosa. Todas têm direito a difundir sua mensagem e promover manifestações públicas, desde que respeitados aqueles que não creem ou pensam de modo diferente.
O Estado deve estar a serviço de todos os cidadãos, crentes e não crentes, sem se deixar manipular por esta Igreja ou aquela denominação religiosa. (..,)
Temo que também no Brasil esteja sendo chocado o ovo da serpente.

Frei Betto
Há quem diga que a Igreja Católica optou pelos pobres, e os pobres pelas Igrejas evangélicas. Isso tem certa dose de verdade se considerarmos os índices que demonstram que, nos últimos anos,  houve diminuição no número de católicos no Brasil e aumento de protestantes (Adeptos das Igrejas históricas) e evangélicos (adeptos das Igrejas pentecostais e neopentecostais).
Segundo o Censo, em 200 73,6% da população era formada por católicos e apenas 15,4%, por protestantes e evangélicos. Já em 2010, os católicos representavam 64,6% e os protestantes e evangélicos, 22,2%. Em dez anos, o número destes no país aumentou 61,45%. Hoje eloes são 42,3 milhões. Em 1970, eram 4,8 milhões (5,2% da população). Estima-se que, a cada ano, sejam abertos, no Brasil, 14 mil novos templos evangélicos.
Os evangélicos se dividem em Igrejas protestantes tradicionais ou históricas (Luterana, Presbiteriana, Batista, Anglicana, Metodista etc.); pentecostais (Assembleia de Deus, Presbiteriana Renovada etc.); e neopentecostais (Universal do Reino de Deus, Sara Nossa Terra, Internacional da Graça de Deus etc.). A maioria dos neopentecostais se encontra nas periferias das cidades, e 63,7% recebem por mês no máximo um salário mínimo. Daí o interesse pela Teologia da Prosperidade, que propõe uma ética que transforma em valor religioso a ascensão social dentro da mobilidade urbana.
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Para continuar a leitura, acesse http://diplomatique.org.br/por-que-fizemos-opcao-pelos-pobres-e-eles-pelo-neopentecostalismo/  






Frei Betto – Escritor – Dezembro de 2016.

IN Le Monde Diplomatique Brasil.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Casamento de empreiteiras com poder começou com JK e teve lua de mel na ditadura


Pedro Campos – “Todos os indícios são de que a corrupção não aumentou. O que a gente tem hoje é uma série de mecanismos de fiscalização que expõe mais, bem maior do que havia antes. Na ditadura não tinha muitos mecanismos fiscalizadores, e que o havia era limitado”.

Carlos Madeiro
O casamento harmonioso das empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato com as obras públicas é mais antigo do que muitos pensam: começou no governo Juscelino Kubitschek (1955-1960) e teve sua "lua-de-mel" na ditadura militar (1955-1960) e teve sua "lua-de-mel" na ditadura militar (1964-1985). Essa é a análise de especialistas ouvidos pelo UOL e que fizeram uma retrospectiva sobre a história das empreiteiras no Brasil.
Autor da tese de doutorado "A ditadura dos empreiteiros", o historiador Pedro Campos avalia que, no regime militar, as empreiteiras começaram a se nacionalizar e se organizaram, ganhando força no cenário político e econômico. Para isso, elas criaram associações e sindicatos.
"Até a década de 50, eram construtoras que tinham seus limites no território do Estado ou região. O que acontece de JK pra cá é que eles se infiltraram em Brasília", explica Campos, professor do Departamento de História e Relações Internacionais da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). A construção de Brasília, fundada em 1961, foi um marco para a história das construtoras: foi a partir de então que elas se uniram. "Ali, reuniram-se empreiteiras de vários Estados e começaram a manter contato, se organizar politicamente. Depois, passaram pelo planejamento da tomada de poder dos militares e pautaram as políticas públicas do país”.
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Carlos Madeiro – 21.11.2014.
in Uol Notícias.


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Lava Jato é ainda mais perversa para o emprego do que políticas de Temer


"Recessão elimina empregos, mas empresa permanece. No caso da Lava Jato, a perda é permanente", diz Pochmann. Para diretor da FUP [João Antonio de Moraes], cadeia de petróleo e gás perdeu 3 milhões de empregos desde 2014.


Eduardo Maretti
O impacto da Operação Lava Jato e das políticas do governo Michel Temer na economia do país e no crescimento do desemprego é brutal. Quando a Lava Jato foi deflagrada, em março de 2014, o IBGE apontava taxa de desemprego no Brasi de 7,1% no trimestre encerrado naquele mês. Eram 7 milhões de desempregados. Hoje, a taxa no período encerrado em junho chega a 13%, com 13,5 milhões de pessoas sem emprego.
Os dados mostram que, somente na indústria naval, que havia sido recuperada pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o número de trabalhadores empregados caiu de 83 mil, no governo Dilma, para estimados 30 mil.
Apesar dos efeitos claros das políticas do governo Temer, que aprofundam a recessão, os da Lava Jato são ainda mais perversos. “A recessão elimina empregos, mas a empresa permanece. Havendo recuperação, o emprego volta. No caso da Lava Jato, é quase uma perda permanente”, aponta o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann.
A forma pela qual se deu a operação comandada em Curitiba não foi de investigar e apurar ilegalidades cometidas por diretorias de empresas e puni-las “na forma da lei”, como aconteceu em vários países desenvolvidos. Entre outros exemplos, Pochmann cita o caso da Volkswagen alemã, na qual foi desbaratado um esquema de fraude em medição de emissões de poluentes. Autoridades e executivos são punidos, mas a empresa fica de pé. No Brasil, com os benefícios das delações premiadas, ocorre o contrário. A Lava Jato destruiu enorme capacidade de investimento das empresas e empreiteiras brasileiras.
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Eduardo Maretti – 29.07.2017.
In Rede Brasil Atual.