Pedro Campos – “Todos os indícios são de que a corrupção não
aumentou. O que a gente tem hoje é uma série de mecanismos de fiscalização que
expõe mais, bem maior do que havia antes. Na ditadura não tinha muitos mecanismos
fiscalizadores, e que o havia era limitado”.
Carlos Madeiro
O casamento harmonioso das empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato
com as obras públicas é mais antigo do que muitos pensam: começou no governo
Juscelino Kubitschek (1955-1960) e teve sua "lua-de-mel" na ditadura
militar (1955-1960) e teve sua "lua-de-mel" na ditadura militar
(1964-1985). Essa é a análise de especialistas ouvidos pelo UOL e que fizeram
uma retrospectiva sobre a história das empreiteiras no Brasil.
Autor da tese de doutorado "A ditadura dos empreiteiros", o
historiador Pedro Campos avalia que, no regime militar, as empreiteiras
começaram a se nacionalizar e se organizaram, ganhando força no cenário
político e econômico. Para isso, elas criaram associações e sindicatos.
"Até a década de 50, eram construtoras que tinham seus limites no
território do Estado ou região. O que acontece de JK pra cá é que eles se
infiltraram em Brasília", explica Campos, professor do Departamento de
História e Relações Internacionais da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro). A construção de Brasília, fundada em 1961, foi um marco para a
história das construtoras: foi a partir de então que elas se uniram. "Ali,
reuniram-se empreiteiras de vários Estados e começaram a manter contato, se
organizar politicamente. Depois, passaram pelo planejamento da tomada de poder
dos militares e pautaram as políticas públicas do país”.
(...)
Para
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Carlos Madeiro – 21.11.2014.
in Uol Notícias.