Mário Sérgio Cortella – “A perturbação vem de um sonho que se distancia no cotidiano. No dia a dia, a pessoa se coloca como alguém que vai ter um grande legado, mas fica imaginando o legado como algo imediato.
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A atual geração de pais e mães que têm filhos na
faixa dos dez, doze anos, é extremamente subordinada. Como há por parte dos
pais uma ausência grande de convivência, no tempo de convivência eles querem
agradar. É a inversão da lógica. Eu queria ir bem na escola para os meus pais
gostarem, não era só uma obrigação.
Essa lógica faz com que, quando o jovem vai
conviver com um adulto que sobre ele terá uma tarefa de subordinação, na escola
ou trabalho, haja um choque. Parte da nova geração chega nas empresas
mal-educada. Ela não chega mal-escolarizada, chega mal-educada”.
Ingrid Fagundez
Na introdução de seu novo livro, o filósofo e escritor Mario Sergio
Cortella coloca em poucas palavras o questionamento central da obra Por
que fazemos o que fazemos?. Lançada em julho, ela trata da busca por um propósito
no trabalho, uma das maiores aflições contemporâneas.
Em entrevista à BBC Brasil, Cortella, também doutor em Educação e
professor, fala como um mundo de múltiplas possibilidades levou as pessoas a
negarem ser apenas uma peça na engrenagem.
O filósofo explica como a combinação de um cenário imediatista, anos de
bonança e pais protetores fez com que a "busca por propósito" dos
jovens seja muitas vezes incompatível com a realidade.
"No dia a dia, eles se colocam como alguém que vai ter um grande
legado, mas ficam imaginando o legado como algo imediato."
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Para continuar a leitura, acesse http://www.bbc.com/portuguese/geral-36959932?ocid=socialflow_facebook
Ingrid Fagundez – 03.08.2016
Mário Sérgio Cortella – Filósofo e escritor.
IN BBC Brasil.