"Recessão elimina empregos, mas empresa permanece. No caso da
Lava Jato, a perda é permanente", diz Pochmann. Para diretor da FUP [João
Antonio de Moraes], cadeia de petróleo e gás perdeu 3 milhões de empregos desde
2014.
Eduardo Maretti
O impacto da Operação Lava Jato e das políticas do governo Michel Temer
na economia do país e no crescimento do desemprego é brutal. Quando a Lava Jato
foi deflagrada, em março de 2014, o IBGE apontava taxa de desemprego no Brasi
de 7,1% no trimestre encerrado naquele mês. Eram 7 milhões de desempregados.
Hoje, a taxa no período encerrado em junho chega a 13%, com 13,5 milhões de pessoas
sem emprego.
Os dados mostram que, somente na indústria naval, que havia sido
recuperada pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o
número de trabalhadores empregados caiu de 83 mil, no governo Dilma, para
estimados 30 mil.
Apesar dos efeitos claros das políticas do governo Temer, que aprofundam
a recessão, os da Lava Jato são ainda mais perversos. “A recessão elimina
empregos, mas a empresa permanece. Havendo recuperação, o emprego volta. No
caso da Lava Jato, é quase uma perda permanente”, aponta o economista e
professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcio Pochmann.
A forma pela qual se deu a operação comandada em Curitiba não foi de
investigar e apurar ilegalidades cometidas por diretorias de empresas e
puni-las “na forma da lei”, como aconteceu em vários países desenvolvidos.
Entre outros exemplos, Pochmann cita o caso da Volkswagen alemã, na qual foi
desbaratado um esquema de fraude em medição de emissões de poluentes.
Autoridades e executivos são punidos, mas a empresa fica de pé. No Brasil, com
os benefícios das delações premiadas, ocorre o contrário. A Lava Jato destruiu
enorme capacidade de investimento das empresas e empreiteiras brasileiras.
(...)
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Eduardo Maretti – 29.07.2017.
In Rede Brasil Atual.