sábado, 29 de setembro de 2012

País menos desigual da América do Sul, Venezuela é cenário de forte confrontação política


Fenômeno acontece apesar da redução da diferença de renda e da manutenção do padrão de consumo dos mais ricos.


Breno Altman, Jonatas Campos e Marina Terra 
Um dos paradigmas mais aceitos na ciência política, ao estudar comportamentos eleitorais, está na constatação que a diminuição dos abismos sociais e o fortalecimento da classe média tendem a enfraquecer o embate político-ideológico. Quem for aplicar essa lógica na Venezuela, porém, dará com os burros n'água. A disputa entre os campos chavista e antichavista se acirra na mesma proporção em que o país se torna socialmente mais homogêneo, alcançando o topo do ranking sul-americano de distribuição da renda.
“A politização de todas as classes sociais, radicalizada desde a eleição do presidente Chávez, conduz a um posicionamento que vai além de interesses imediatos dos diversos setores”, analisa Jesse Chacon, diretor da GIS XXI (Grupo de Investigação Social Século XXI). “Aqui esquerda e direita, governo e oposição, vão às ruas para disputar projetos nacionais, que ultrapassam reivindicações pontuais, benefícios econômicos ou avanços sociais.”
Participante da rebelião militar de 1992, quando o atual presidente lançou-se na tentativa de derrubar a IV República, Chacón era então um jovem tenente que acabou atrás das grades junto com seu chefe. Engenheiro de sistemas e mestre em telemática, já foi ministro das Comunicações, do Interior e de Ciência e Tecnologia no atual governo. Com 46 anos, dedica-se a estudar a dinâmica político-social da Venezuela.
“O ponto central de tensão é que os proprietários dos meios de produção estão deixando rapidamente de ser os donos do poder político, o que provoca forte reação dos extratos mais altos e seu entorno”, ressalta. “A renda média dos 20% mais ricos não foi afetada, tampouco seu estilo de vida, mas percebem que não detém mais o comando sobre o Estado e a sociedade, o que lhes provoca medo e raiva.”
Nos setores mais pobres, atendidos por amplo repertório de políticas sociais e distributivistas, o comportamento é igualmente ditado por motivações que extrapolam conquistas ou expectativas econômicas. A combustão dessas camadas, tendo na melhoria de vida seu pano de fundo, determina-se também pelo esforço do presidente em travar permanentemente batalhas por ideias e valores.
Desde o início de seu governo, mas de forma mais ampla depois do golpe de Estado em 2002, Chávez trata de ocupar o máximo de espaço nos meios de comunicação. Seu discurso é voltado, quase sempre, para identificar cada movimento de seu governo como parte de um processo revolucionário, ao mesmo tempo em que fermenta entre seus seguidores um sentimento de repulsa aos adversários das mudanças em curso.
Avesso à lógica da conciliação, o presidente fez uma aposta pedagógica que aparentemente tem sido bem-sucedida: quanto maior a polarização, quanto mais cristalino o confronto entre pontos de vista, mais fácil seria criar uma forte e mobilizada base de sustentação. Para os bons e os maus momentos.
A princípio, o fio condutor da pedagogia chavista foi o resgate da história e do pensamento de Simón Bolívar, o patriarca da independência venezuelana, chefe político-militar da guerra anticolonial contra os espanhóis no século XIX. Por esse caminho, Chávez imprimiu ao seu projeto forte marca nacionalista, que contrapôs aos novos senhores coloniais (os Estados Unidos) e seus aliados internos (a elite local).
Aos poucos, juntou-se ao bolivarianismo original a sintaxe do socialismo histórico. Esse amálgama entre nacionalismo de raiz e valores da esquerda passou a ser difundido amplamente como código cultural que dá cara e cor às realizações do governo. O presidente foge, assim, da receita na moda, mesmo entre correntes progressistas, de carimbar a política como uma questão de eficácia. Para usar o velho jargão, Chávez é um político da luta de classes, na qual aposta para isolar e derrotar seus inimigos.
A oposição, animada pela predominância nos meios de comunicação, também colocou suas fichas no enfrentamento aberto. Além das reservas midiáticas, sempre contabilizou a seu favor forças econômicas e relações internacionais para mobilizar as camadas médias contra o governo. Mesmo após o golpe e o locaute de 2002, no auge da polarização, os partidos antichavistas deram continuidade à estratégia da colisão.

Classe C
Mas ambos os lados atualmente têm que levar em conta um novo fenômeno. Mais de 30% da população trocou de extrato social. Migraram dos segmentos mais pobres para o que a sociologia das pesquisas chama de classe C – mais propriamente, viraram classe média.
O campo opositor se vê obrigado a reconhecer certos avanços no terreno social, ao contrário do rechaço absoluto anterior. A campanha de Capriles promete preservar as missões sociais, apesar de propor em seu plano de governo a eliminação do Fonden, fundo de financiamento dos programas abastecido com dinheiro do petróleo. Além disso, modera relativamente sua mensagem, para poder dialogar com os setores beneficiados pela V República.
Para os governistas também surgem novas questões. “O problema do processo é disputar corações e mentes desse novo contingente de classe média”, afirma Chacón. “Muitos dos que ascenderam socialmente graças às iniciativas governamentais abraçaram os valores morais e culturais das elites, cujo modo de vida é sua referência”. O ex-militar focaliza especialmente a preservação das aspirações consumistas, o desapego a projetos e organizações coletivos, a negação da identidade original de classe e, às vezes, até de raça.
As pesquisas diversas, tantos as do GISXXI quanto dos institutos próximos à oposição, apontam que emergiu, nos últimos anos, um grupo de eleitores informalmente referidos como os ni-ni . Ou seja, sem alinhamento automático com Chávez ou com seus inimigos. A maioria de seus integrantes é parte dessas camadas ascendentes.
Os ni-ni chegam a representar ao redor de 40% dos eleitores, contra igual montante de adeptos firmes do chavismo e 20% de oposicionistas fiéis. A esquerda, contudo, tem colhido resultados que ultrapassam suas fronteiras, graças à combinação entre satisfação popular com programas governamentais (especialmente o da habitação) e o clima afetivo de solidariedade provocado pelo cãncer de Chávez. O presidente vem beirando, nas pesquisas mais confiáveis, os 60% de intenção eleitoral para o pleito de outubro, abrindo vantagem de 15% a 30% contra Capriles.
Esses números indicam que os ni-ni estão se repartindo entre os dois polos. Apesar de essa tendência ser favorável à reeleição do presidente, até com certa folga, a busca dos apoios nessa fatia do eleitorado continua frenética. “Se a campanha de Chávez reconquista uma parte maior desse setor, poderá ser construída uma vantagem ainda mais expressiva”, destaca Chacón.

Estratégias
Um dos aspectos da estratégia para vencer resistências entre esses setores híbridos, ao que parece, é desmontar a ideia, em grande medida forjada pelos veículos de comunicação vinculados à oposição, de que Chávez pretende liquidar com a propriedade privada e colocar toda a atividade econômica nas mãos do Estado.
“O processo aumentou o número de proprietários no país, especialmente depois que começou a reforma agrária”, afirma o diretor da GISXXI. “O programa da revolução se volta contra os monopólios, fortalece o Estado, mas abre espaço para vários tipos de propriedade, de caráter privado, cooperativo ou social. O governo precisa definir melhor o papel de cada uma dessas modalidades para enterrar a imagem de fundamentalismo estatista que a oposição tenta vender.”
O candidato oposicionista, por sua vez, tem problema inverso. Representante de uma aliança formada por grandes empresários (como a cervejaria Polar, o grupo agroindustrial Mavesa e companhia alimentícia Alfonzo Rivas, entre outros), Capriles precisa convencer que é capaz de absorver ao menos parte das medidas que, desde 1999, favoreceram os 80% de eleitores que não estão nas classes A e B.
Seu programa de governo não ajuda muito. Mesmo tendo abrandado suas críticas às políticas sociais do presidente, o ímpeto privatista está presente e com força. Não apenas fala em reduzir o Estado, reverter nacionalizações ou tirar a PDVSA do controle estatal, mas defende explicitamente que as terras desapropriadas dos grandes latifundiários voltem às mãos dos antigos donos. “Primeiro, precisamos acabar com as expropriações, devemos trazer a segurança ao campo, dar confiança a partir do governo”, afirmou Capriles em recente coletiva de imprensa.
Qualquer que seja o resultado, no entanto, a administração de Hugo Chávez terá conseguido um feito que merece análise apurada de cientistas políticos. Ao contrário do que acontece na maioria dos países, nos quais o marketing domesticou a política e oculta a disputa de ideias para atender o gosto do eleitor. Na Venezuela sequer as necessidades eleitorais diluem a batalha frontal entre programas.


Breno Altman, Jonatas Campos e Marina Terra – Jornalistas – 22.08.2012

 

 

Chávez en campaña



Aunque agresivas campañas de propaganda pretenden que, en la Venezuela bolivariana, los medios de comunicación están controlados por el Estado, la realidad –verificable por cualquier testigo de buena fe– es que apenas un 10% de las emisoras de radio son públicas, el resto, o sea el 90%, son privadas. Y únicamente el 12% de los canales de televisión son públicos, el resto, o sea un 88%, son privados o comunitarios. En cuanto a la prensa escrita, los principales diarios El Universal y El Nacional, son privados y sistemáticamente hostiles al Gobierno.

Ignacio Ramonet
Es la decimocuarta. Desde que ganó sus primeras elecciones presidenciales en diciembre de 1998, Hugo Chávez se ha sometido ya –directa o indirectamente– trece veces al sufragio de los electores de Venezuela. Casi siempre ha ganado (1), en condiciones de reconocida legalidad democrática, avalada por las misiones de observadores enviadas por las instituciones internacionales más exigentes (ONU, Unión Europea, Centro Carter, etc.). 
El sufragio del próximo 7 de octubre constituirá pues la decimocuarta cita del mandatario con los ciudadanos venezolanos (2). Esta vez, lo que se juega es su reelección a la presidencia. La campaña electoral oficial arrancó el pasado 1 de julio con dos singularidades notables con respecto a precedentes votaciones. Primero, Hugo Chávez está saliendo de trece meses de tratamiento contra el cáncer detectado en junio de 2011. Segundo, la principal oposición conservadora apuesta esta vez por la unidad. Se ha reagrupado en el seno de una Mesa de la Unidad Democrática (MUD) que, después de unas primarias, eligió como candidato, el pasado 12 de febrero, a Henrique Capriles Radonski, un abogado de 40 años, gobernador del Estado Miranda.
Hijo de una de las familias más ricas de Venezuela, Henrique Capriles fue uno de los artífices del golpe de Estado del 11 de abril de 2002 y participó, junto con un grupo de putschistas, en el asalto a la embajada de Cuba en Caracas (3). Aunque procede de la organización ultraconservadora Tradición, Familia y Propiedad (4) y es apoyado por los sectores más derechistas (entre ellos los medios masivos de comunicación privados que siguen ­dominando ampliamente la información), Capriles hace hábilmente campaña reivindicando todos los logros sociales del gobierno bolivariano. Y hasta jura que su modelo político es el izquierdista del ex Presidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva (5)... Pero, sobre todo, apuesta por el debilitamiento físico del Presidente ­Chávez (6).
En esto se equivoca. El autor de estas líneas, presente el pasado mes de julio en Venezuela, siguió las dos primeras semanas de campaña del Presidente, conversó varias veces con él, asistió a algunos de sus extenuantes mítines multitudinarios. Y puede testimoniar de su buena salud y de su excepcional forma física e intelectual. 
Desmintiendo las falsas noticias que han circulado en algunos medios de comunicación (The Wall Street JournalEl País) según los cuales, a causa de supuestas “metástasis en los huesos y en la espina dorsal”, le quedarían apenas “seis o siete meses de vida”, Chávez –que cumplió 58 años el 28 de julio– reveló para consternación de sus adversarios: “Estoy totalmente libre de enfermedad; cada día me siento en mejores condiciones”. 
Y, a los que apostaban por una presencia virtual del líder venezolano en la campaña, les volvió a sorprender anunciando su decisión de “retomar las calles” y empezar a recorrer los rincones de Venezuela para alcanzar su tercer mandato: “Dijeron de mí: ‘Ese va a estar encerrado en Miraflores (el palacio presidencial) en una campaña virtual, por Twitter y vídeo’; se burlaron de mí como les dio la gana, pues aquí estoy de nuevo, retornando, con la fuerza indómita del huracán bolivariano. Ya extrañaba yo el olor de las multitudes y el rugir del pueblo en las calles”.
Este rugir, pocas veces lo he oído tan poderoso y tan fervoroso ­como en las avenidas de Barcelona (Estado ­Anzoátegui) y de Barquisimeto (Estado Lara) que acogieron a Chávez los ­pasados días 12 y 14 de julio respectivamente. Un océano de pueblo. Una torrentera escarlata de banderas, de símbolos y de camisas rojas. Un maremoto de gritos, de cantos, de pasiones, de arrebatos. 
A lo largo de kilómetros y kilómetros, en lo alto de un camión colorado que avanzaba hendiendo la multitud, Chávez saludó sin descanso a los centenares de miles de simpatizantes que acudieron a verle en persona por vez primera desde su enfermedad. Con lágrimas de emoción y besos de agradecimiento hacia un hombre y un gobierno que, respetando las libertades y la democracia, han cumplido con los humildes, pagado la deuda ­social y dado a todos, por fin, educación gratuita, empleo, seguridad social y vivienda.
Para despojar a la oposición de la mínima esperanza, Chávez, en los largos discursos electorales que pronunció sin dar muestras de fatiga, empezó diciendo: “Soy como el eterno ­retorno de Nietzsche, porque en realidad yo vengo de varias muertes... Que nadie se haga ilusiones, mientras Dios me dé vida estaré luchando por la justicia de los pobres, pero cuando yo me vaya físicamente me quedaré con ustedes por estas calles y bajo este cielo. Porque yo ya no soy yo, me siento encarnado en el pueblo. Ya Chávez se hizo pueblo y ahora somos millones. Chávez eres tú, mujer. Chávez eres tú, joven, Chávez eres tú, niño; eres tú, soldado; son ustedes, pescadores, agricultores, campesinos y comerciantes. Pase lo que me pase a mí, no podrán con Chávez, porque Chávez es ahora todo un pueblo invencible”.
En sus intervenciones, no dudó incluso en criticar duramente a algunos gobernadores y alcaldes de su propio partido que han fallado en sus compromisos con los electores: “Me he convertido en el primer opositor”, declaró. Aunque también advirtió: “Uno puede criticar a la revolución, pero no puede votar a la burguesía; eso sería traición. A veces podemos fallar, pero tenemos en el corazón amor de verdad por el pueblo”.
Orador fuera de serie, sus discursos son amenos y coloquiales, ilustrados de anécdotas, de rasgos de humor y hasta de canciones. Pero son también, aunque no lo parezcan, verdaderas composiciones didácticas muy elaboradas, muy estructuradas, preparadas de manera muy seria y profesional, con objetivos concretos. Se trata, en general, de transmitir una idea central que constituye la avenida principal de su recorrido discursivo. En esta campaña va exponiendo y explicando metódicamente su programa (7). 
Pero, para no aburrir, ni ser pesado, Chávez se aparta a menudo de esa avenida principal y realiza lo que podríamos llamar excursiones en campos anexos (anécdotas, recuerdos, chistes, poemas, coplas) que no parecen tener nexo con su propósito central. Sin embargo, siempre lo tienen. Y eso le permite al orador, después de haber aparentemente abandonado por bastante tiempo su curso central, regresar a él y retomarlo en el punto exacto donde lo dejó.  Lo cual, de modo subliminal, produce un prodigioso efecto de admiración en el auditorio. Esa técnica retórica le permite declamar discursos de muy larga duración.
En sus recientes discursos electorales, Chávez compara las políticas de demolición del ­Estado de bienestar (cita, en particular, los brutales recortes realizados por Mariano Rajoy en España) que se están llevando a cabo en varios países de la Unión Europea y los importantes logros sociales de su gobierno empeñado en seguir “construyendo el socialismo venezolano”.
En sus catorce años de existencia (1999-2012), la Revolución Bolivariana ha conseguido, en el ámbito regional, considerables avances: creación de Petrocaribe, de Petrosur, del Banco del Sur, del ALBA, del Sucre (sistema único de compensación regional), de la Unasur, de la Celac, el ingreso de Caracas en el Mercosur... Y tantas otras políticas que han hecho de la Venezuela de Hugo Chávez un manantial de innovaciones para avanzar hacia la definitiva independencia de América Latina.
Aunque agresivas campañas de propaganda pretenden que, en la Venezuela bolivariana, los medios de comunicación están controlados por el Estado, la realidad –verificable por cualquier testigo de buena fe– es que apenas un 10% de las emisoras de radio son públicas, el resto, o sea el 90%, son privadas. Y únicamente el 12% de los canales de televisión son públicos, el resto, o sea un 88%, son privados o comunitarios. En cuanto a la prensa escrita, los principales diarios El Universal y El Nacional, son privados y sistemáticamente hostiles al Gobierno.
La gran fuerza del Presi­dente Chávez es que su acción ­concierne ante todo a lo social (salud, alimentación, educación, vivienda), lo que más interesa a los venezolanos humildes (75% de la población). Consagra el 42,5% del presupuesto del Estado a las inversiones sociales. Ha dividido por la mitad la tasa de mortalidad infantil. Erradicado el analfabetismo. Ha multiplicado por cinco el número de maestros en las escuelas públicas (de 65.000 a 350.000). Venezuela es hoy el segundo país de la región con mayor número de estudiantes matrículados en educación superior (83%), detrás de Cuba pero delante de Argentina, Uruguay y Chile; y es el quinto a ­escala mundial superando a Estados Unidos, Japón, China, Reino Unido, Francia y España.
El gobierno bolivariano ha generalizado la sanidad y la educación gratuitas; ha multiplicado la construcción de viviendas; ha elevado el salario mínimo (el más alto de América Latina); ha concedido pensiones de jubilación a todos los trabajadores (incluso a los informales y a las amas de casa) y a todos los ancianos pobres aunque nunca hayan cotizado; ha mejorado las infraestructuras de los hospitales; ofrece a las familias modestas alimentos, mediante el sistema Mercal, un 60% más baratos que en los supermercados privados; ha limitado el latifundio a la vez que favorece la producción del doble de toneladas de alimentos; ha formado técnicamente a millones de trabajadores; ha reducido las desigualdades; ha rebajado en más del triple la pobreza; ha disminuido la deuda externa; ha acabado con la antiecológica pesca de arrastre; ha impulsado el ecosocialismo...  
Todas estas acciones, llevadas a cabo desde hace casi 14 años de manera ininterrumpida, explican el apoyo popular a Chávez, el cual promete en su campaña: “Todo lo que hemos hecho es pequeño con respecto a lo que vamos a hacer”.
He sido testigo de que millones de personas humildes lo ­veneran como a un santo. Él  –que fue un niño muy pobre, vendedor ambulante de dulces por las calles de su pueblo–, repite con calma: “Soy el candidato de los humildes, y me consumiré al servicio de los ­pobres”. Seguramente lo hará. Una vez, la escritora Alba de Céspedes le preguntó a Fidel Castro cómo podía haber hecho tanto por su pueblo: educación, salud, reforma agraria, etc. Y Fidel simplemente le dijo: “Con gran amor”. A propósito de ­Venezuela, Chávez podría responder lo mismo. ¿Y qué contestarán los electores venezolanos? Respuesta el 7 de ­octubre. 


(1) Sólo perdió, por ínfimo márgen, el referéndum del 2 de diciembre de 2007 sobre un “proyecto de reforma constitucional”.
(2) Además de Hugo Chávez,  otros seis candidatos se presentan a las eleciones del 7 de octubre: Henrique Capriles Radonski, por  Mesa de la Unidad (MUD), Orlando Chirinos, por el Partido Socialismo y Libertad (PSL), Yoel Acosta Chirinos por el partido Vanguardia Bicentenaria Republicana (VBR), Luis Reyes Castillo por la “Organización Renovadora Auténtica” (ORA), María Bolívar por el Partido Democrático Unidos por la Paz y la Libertad (Pdupl) y Reina Sequera por el partido Poder Popular (PP).
(3) Léase Gilberto Maringoni, “En Venezuela, Chávez sigue favorito”, Le Monde diplomatique en español, mayo de 2012. Léase también: Romain Mingus, “Henrique Capriles, candidat de la droite décomplexée du Venezuela”, Mémoire des luttes, 28 de febrero de 2012. http://www.medelu.org/Henrique-Capriles-candidat-de-la
(4) Fue cofundador de su rama venezolana.
(5) Lula le envió, el pasado 6 de julio, a Chávez, un mensaje público en el que le aportó pleno apoyo en su campaña electoral, afirmando: “Tu victoria será nuestra victoria”.
(6) A mediados de julio pasado, las principales encuestas de opinión daban un ventaja a Chávez de entre 15 a 20 puntos sobre el candidato de la derecha Henrique Capriles.
(7) Propuesta del candidato de la patria Comandante Hugo Chávez para la gestión bolivariana socialista 2013-2019, Comando Campaña Carabobo, Caracas, junio de 2012.


Ignácio Ramonet – Escritor e jornalista espanhol editor da Le Monde – agosto de2012