Os anos 1980 foram marcados por uma
profunda crise econômica e pelo fim da ditadura (1964-85). A volta da democracia
possibilitou uma reorganização do movimento social, num patamar inédito até
então. Mas uma questão subsiste: aquela foi uma “década perdida” ou não? Longe
de ser uma discussão acadêmica, ela é vital para que se examinem os projetos de
país em disputa na atualidade.
Gilberto Maringoni
Os anos 1980, na América Latina, ficaram conhecidos como “a década
perdida”, no âmbito da economia. Das taxas de crescimento do PIB à aceleração
da inflação, passando pela produção industrial, poder de compra dos salários,
nível de emprego, balanço de pagamentos e inúmeros outros indicadores, o
resultado do período é medíocre. No Brasil, a desaceleração representou uma
queda vertiginosa nas médias históricas de crescimento dos cinqüenta anos
anteriores.
Mas, sob o ponto de vista político, aquela foi literalmente uma década
ganha. Não apenas se formaram e se firmaram inúmeras entidades e partidos
populares – fruto das maiores mobilizações sociais de toda a história
brasileira -, como se abriu uma nova fase histórica para o país, através do fim
da ditadura e da promulgação da Constituição de 1988.
A cientista política Maria Izabel Mallmann, no livro Os ganhos
da década perdida (Edipuc - RS, 2008), busca elucidar as contradições
daqueles tempos:

(...)

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Gilberto Maringoni – Historiador, jornalista e professor da UFABC –
junho 2012
IN Revista Desafios do Desenvolvimento, ano 9, ed. 72.
IN Revista Desafios do Desenvolvimento, ano 9, ed. 72.