domingo, 13 de julho de 2014

Os palestinos não são fantasmas


É NESSE CÍRCULO APARENTEMENTE INFINITO DE VINGANÇA E CONTRAVINGANÇA QUE DEVEMOS INSCREVER O ATUAL CONFRONTO. (...)NA VERDADE, OS ISRAELENSES DA DIREITA NÃO QUEREM VER UM ESTADO INDEPENDENTE PALESTINO. ELES ESTÃO CONTENTES EM MORAR ATRÁS DE MUROS DE CONTENÇÃO, ALHEIOS À SITUAÇÃO PATÉTICA DA POPULAÇÃO PALESTINA, QUE É HUMILHADA DIARIAMENTE PELA OCUPAÇÃO ISRAELENSE, QUE CONTROLA TUDO QUE ENTRA E SAI DOS TERRITÓRIOS. A CISJORDÂNIA E GAZA SÃO TRATADAS COMO COLÔNIAS QUE ISRAEL NUNCA QUIS TER. (...) ISRAEL DEVERIA SENTAR E DIALOGAR COM O HAMAS E A AUTORIDADE PALESTINA DE MAHMOUD ABBAS. EXCLUIR O HAMAS NÃO LEVA A NADA, A NÃO SER A MAIS CONFRONTO E MAIS VIOLÊNCIA. TEMOS QUE DIMINUIR A VIOLÊNCIA E A TENSÃO E PARAR DE TER NEGOCIAÇÕES INTERMINÁVEIS PARA UMA PAZ QUE NUNCA CHEGA. OS ISRAELENSES TÊM QUE SER PRESSIONADOS A DAR CONCESSÕES DE VERDADE PARA OS PALESTINOS.

Rasheed Abou-Alsamh
A ofensiva brutal de Israel contra alvos do Hamas em Gaza esta semana, depois que muitos mísseis foram lançados diariamente da faixa contra o Estado judeu, mais uma vez mostra uma batalha de David e Golias. É claro que Israel tem o direito de defender sua população de ataques, mas matar 78 palestinos e ferir 550 deles em somente três dias, com nenhum israelense morto, é nada equilibrado ou justo.
Tudo vem depois do sequestro dos três adolescentes israelenses no dia 12 de junho, que, depois de três semanas desaparecidos, foram encontrados mortos. O governo israelense imediatamente culpou o grupo palestino Hamas por isso e mandou prender mais de 400 palestinos — incluindo ex-prisioneiros do Hamas que Israel tinha libertado em 2011 em troca do soldado israelense Gilad Shalit — e derrubar a casa de uma família de palestinos na Cisjordânia, conhecidos simpatizantes do Hamas, por supostamente terem participado do sequestro. Mas, até hoje, Israel não apresentou nenhuma prova que culpe o Hamas.
(...)





Rasheed Abou-Alsamh – jornalista – 11.07.2014
IN O Globo.



Eduardo Galeano: “Quem deu a Israel o direito de negar todos os direitos?”


Galeano – O exército israelense, o mais moderno e sofisticado do mundo, sabe a quem mata. Não mata por engano. Mata por horror. As vítimas civis são chamadas de “danos colaterais”, segundo o dicionário de outras guerras imperiais. Em Gaza, de cada dez “danos colaterais”, três são crianças. (...)E como sempre, sempre o mesmo: em Gaza, cem a um. Para cada cem palestinos mortos, um israelense.

Eduardo Galeano
Para justificar-se, o terrorismo de estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe pretextos. Tudo indica que esta carnificina de Gaza, que segundo seus autores quer acabar com os terroristas, acabará por multiplicá-los.
Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, seu tudo. Nem sequer têm direito a eleger seus governantes. Quando votam em quem não devem votar são castigados. Gaza está sendo castigada. Converteu-se em uma armadilha sem saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições em 2006. Algo parecido havia ocorrido em 1932, quando o Partido Comunista triunfou nas eleições de El Salvador. Banhados em sangue, os salvadorenhos expiaram sua má conduta e, desde então, viveram submetidos a ditaduras militares. A democracia é um luxo que nem todos merecem.
São filhos da impotência os foguetes caseiros que os militantes do Hamas, encurralados em Gaza, disparam com desajeitada pontaria sobre as terras que foram palestinas e que a ocupação israelense usurpou. E o desespero, à margem da loucura suicida, é a mãe das bravatas que negam o direito à existência de Israel, gritos sem nenhuma eficácia, enquanto a muito eficaz guerra de extermínio está negando, há muitos anos, o direito à existência da Palestina.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/11/eduardo-galeano-israel-gaza-direito-de-negar-todos-os-direitos.html





Eduardo Galeano – Escritor e ensaísta uruguaio – 22.11.2012
IN Pragmatismo Político.





Uma centena de mortos em quatro dias de ataques contra o Hamas em Gaza



O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) divulgou um relatório em que indica que 342 casas foram destruídas, provocando o deslocamento de mais de 2.000 cidadãos. Além disso, de acordo com a organização, cinco centros médicos sofreram danos por causa de bombardeios próximos.
Em Israel, são dois os feridos graves pelo lançamento de cerca de 600 foguetes contra seu território.



Carmen Rengel
As autoridades de saúde pública da Faixa de Gaza confirmaram nesta sexta-feira que já chega a cem o número de mortos nos mais de 1.110 ataques realizados pelo Exército de Israel contra o território palestino como parte da operação Margem Protetora. As últimas 11 vítimas fatais foram registradas depois da meia-noite passada. Entre elas estão quatro membros da família Ghannam, de Rafah (cidade na fronteira entre Gaza e o Egito) – incluindo uma menina de sete anos -, além de um médico. Uma mulher de 25 anos também morreu enquanto tentava defender seus quatro filhos, segundo a agência de notícias palestina Maan. Os feridos, que passam dos 600, estão saindo a conta-gotas pela passagem com o Egito, ao sul da Faixa, aberta parcialmente para prestar assistência às vítimas que já não encontram vagas nos centros médicos de Gaza ou para quem não há recursos suficientes (a carência de medicamentos chega a 30% e a de equipamentos de saúde, a 50%, afirma o Centro Palestino pelos Direitos Humanos).
Ainda nesta sexta-feira, as Brigadas de Exedin al-Qassam, braço armado do Hamas, ameaçaram incluir entre os alvos de seus foguetes o Aeroporto Internacional Ben Gurion, situado na periferia de Tel Aviv, a capital comercial de Israel.
O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) divulgou um relatório em que indica que 342 casas foram destruídas, provocando o deslocamento de mais de 2.000 cidadãos. Além disso, de acordo com a organização, cinco centros médicos sofreram danos por causa de bombardeios próximos.
Em Israel, são dois os feridos graves pelo lançamento de cerca de 600 foguetes contra seu território.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://brasil.elpais.com/brasil/2014/07/11/internacional/1405062449_461406.html




Carmen Rengel – 11.07.2014
IN El País Brasil.