Em vários artigos, Nicholas Stern,
presidente do Grantham Research Institute da London School of Economics e da Academia Britânica, defendeu, ao
lado do prêmio Nobel Joseph Stiglitz, a necessidade de um novo banco de
desenvolvimento que dê respostas às necessidades urgentes dos países emergentes
em termos de infraestrutura. (...) “Do contrário, será impossível conseguir uma
redução da pobreza e um crescimento inclusivo no longo prazo.”
Alicia González
Em julho de 1944, representantes de 44 países se reuniram em um hotel em
Bretton Woods, New Hampshire, Estados Unidos, para criar um novo modelo de
relações comerciais e financeiras entre os principais países do mundo. Setenta
anos depois, os países emergentes se cansaram de esperar uma mudança de regime
das instituições financeiras internacionais que saíram daquela reunião e deram
um passo à frente para mudar a ordem existente, e agora reivindicam seu novo
papel na economia mundial.
Os presidentes de Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul (que formam o acrônimo BRICS) assinam nesta
terça-feira em Fortaleza, Brasil, a constituição de um banco de
desenvolvimento, com um aporte inicial de 50 bilhões de dólares (cerca de 110
bilhões de reais) para formar o capital do banco e 100 bilhões (220 bilhões em
reais) de capacidade de empréstimo, e um fundo de reservas de outros 100
bilhões para ajudar os países do grupo no caso de uma possível crise de
liquidez, como as vividas em alguns países europeus durante a crise financeira.
São 200 bilhões de dólares (moeda que será utilizada nas transações das duas
organizações) para determinar o valor do grupo e dar uma demonstração de sua
força econômica.
“A conclusão dessas duas iniciativas passará uma mensagem forte sobre a
vontade dos BRICS de aprofundar e reforçar sua associação econômica e
financeira”, destacou para a imprensa na semana passada o embaixador brasileiro
José Alfredo Graça Lima. “As duas instituições financeiras criadas funcionarão
de forma similar ao Banco Mundial (BM)
e ao Fundo Monetário Internacional (FMI)”,
afirmou. Sem dúvida, a criação do banco é um passo decisivo para a consolidação
do grupo. “É importante que as maiores economias emergentes tenham sido capazes
de colocar em funcionamento um projeto assim, do contrário sua credibilidade
como grupo seria questionada. É um primeiro passo evidente, mas agora precisam
passar para a ação”, afirma Jim O’Neill, o inventor do termo BRIC há 13 anos,
quando era economista-chefe da Goldman Sachs, e atualmente pesquisador no think
tank Bruegel.
(...)
Para ler mais, acesse http://brasil.elpais.com/brasil/2014/07/13/internacional/1405282307_452180.html
Alicia
Gonzales – 13.07.2014
IN El País Brasil.