domingo, 20 de julho de 2014

O aprendizado e o desenvolvimento


temos de perceber que, embora haja um crescente consenso de que a escolaridade deve concentrar-se mais na qualidade do que quantidade, há menos consenso quanto à forma de conseguir isso. Alguns veem o problema como resultado de financiamento insuficiente, enquanto outros gostariam de ver as escolas incentivarem alunos, funcionários e professores. Os pesquisadores do Pisa veem um foco em ambos como frutíferos. Eles enfatizam que, para todos os países, focar mais recursos nos estudantes menos privilegiados é uma forma eficaz de melhorar as notas, e eles observam que os países com melhores desempenhos, especialmente na Ásia, colocam ênfase na seleção e treinamento de professores, priorizando investimentos em capital humano de professores, em detrimento de ampliar o número de alunos por sala de aula.


Morten Olsen e Ria Ivandic

De sites de notícias a conversas em torno da mesa de jantar, um tópico pareceu ser uma insaciável fonte de discussões no início de dezembro, quando a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou os resultados do Pisa 2012 (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). E ficou no ar uma pergunta: deveríamos nós - economistas e autoridades governamentais - preocupar-nos com os resultados do Pisa? E, mais importante, o que esses resultados podem nos dizer sobre o presente e também sobre o mundo que virá?

Há muito tempo já foi reconhecida a importância de investir em educação para estimular o desenvolvimento de um país. Após décadas de reconhecimento sobre o papel fundamental da educação, ela tornou-se consagrada como uma prioridade mundial nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Além de ter uma influência decisiva sobre a renda de uma pessoa, a educação desempenha um papel central na explicação das diferenças entre os países em termos agregados: a educação incrementa o capital humano inerente à força de trabalho, o que aumenta a produtividade do trabalho e resulta em um nível mais elevado do equilíbrio da produção (Mankiw, Romer e Weil, 1992). A educação também aumenta a capacidade de inovar no âmbito da economia, acelerando a adoção de novas tecnologias, promovendo, assim, o crescimento (Lucas; 1988).

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Morten Olsen – Professor de Economia na IESE Business School; Ria Ivandic – Assistente de pesquisa na IESE Business School – 03.02.2014
Tradução – Sergio Blum
IN Valor Econômico.