quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O tripé e o retrocesso



ATENDER AO CLAMOR ORTODOXO E APOSTAR NA AUSTERIDADE, COMO EM 2011, TRAZ SÉRIO RISCO DE REFORÇAR A DESACELERAÇÃO OBSERVADA EM TODOS os ITENS DE DEMANDA PRIVADA E NOS ATIRAR EM UMA RECESSÃO. 
(...) 
PRECISAMOS DE ALTERNATIVAS AO TRIPÉ DO RETROCESSO, COM A AMPLIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PÚBLICOS ARTICULADOS A UM PLANO SISTEMÁTICO DE RECUPERAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PRIVADOS.


Pedro Bastos e Carlos de Medeiros
No artigo “O manifesto do retrocesso” (19.11.2014), Pedro Ferreira e Renato Fragelli criticam o “Manifesto dos economistas pelo desenvolvimento e inclusão social”. Embora o manifesto critique a austeridade, nossos críticos mal justificam sua opção pela austeridade e atacam o manifesto pelo que não faz: a defesa do governo Dilma.
 O manifesto rejeita sim as críticas ortodoxas feitas ao governo, que são rejeitadas pelos articulistas. O Governo Lula teve êxito na operação anticíclica (criticada pelos neoliberais) que defendeu o emprego e a inclusão social em 2009. A economia recuperou-se com o aumento do investimento público e incentivos ao gasto privado, e a recuperação melhorou em seguida o resultado fiscal.
Nosso dilema começa quando Henrique Meirelles, então presidente do Banco Central, pouco fez para limitar a apreciação cambial em 2010. Embora a depreciação de 2008 mal tivesse impacto inflacionário e tenha compensado apenas parte da apreciação desde 2003, foi revertida com os fluxos financeiros atraídos pelo diferencial de juros oferecidos por Meirelles.
(...)







Pedro Bastos – Professor associado Livre Docente da UNICAMP;
Carlos de Medeiros  – Professor titular da UFRJ – 27.01.2015
IN Valor Econômico, ed. impressa.