Eduardo Marques – “São Paulo é menos injusta hoje do que era há 20
ou 40 anos. O que não quer dizer que a desigualdade ou as injustiças tenham
deixado de existir. Em relação à infraestrutura e os serviços públicos, deixa
de haver uma questão de inexistência e passa a ser uma questão de qualidade.
Isso não vale só para os serviços urbanos, mas também para os equipamentos e
políticas públicas, como saúde e educação “.
Marcus Lopes
Ao assumir a Prefeitura
de São Paulo em 1975, Olavo Setubal afirmou que administrar a cidade era como
gerir uma Suíça e uma Biafra. De lá para cá a desigualdade social diminuiu e as
periferias mudaram, em parte por causa da expansão do mercado imobiliário para
as regiões periféricas, como mostra o livro "A Metrópole de São Paulo no
Século XXI" (Editora Unesp). Em entrevista ao Valor, o cientista político
e professor da USP Eduardo Marques, de 50 anos, organizador da obra, discute
assuntos como mobilidade e adensamento urbanos e ciclovias, tema que voltou ao
debate depois do atropelamento e morte de um pedestre na região central, na
semana passada, e o fechamento de vias como a avenida Paulista para o lazer da
população aos domingos.
Valor – O livro trata da
desigualdade social na metrópole. São Paulo ainda é uma Biafra e uma Suíça,
como dizia Setubal?
Eduardo Marques –Não. Deixamos de aprender muito sobre as cidades
se ficarmos com esses modelos polares. Há muitos grupos, espaços e processos
intermediários que são importantes para entender a metrópole.
(...)
Para
continuar a leitura, acesse http://www.valor.com.br/cultura/4199320/ciclovia-e-retomada-do-espaco-publico
Marcus Lopes – 28.08.2015
Eduardo Marques – Cientista Político e Professor da USP.
IN Valor Econômico, ed. Impressa, caderno Eu & fim de
semana.