sábado, 31 de outubro de 2015

A ciclovia e a retomada do espaço público


Eduardo Marques – “São Paulo é menos injusta hoje do que era há 20 ou 40 anos. O que não quer dizer que a desigualdade ou as injustiças tenham deixado de existir. Em relação à infraestrutura e os serviços públicos, deixa de haver uma questão de inexistência e passa a ser uma questão de qualidade. Isso não vale só para os serviços urbanos, mas também para os equipamentos e políticas públicas, como saúde e educação “.

Marcus Lopes
Ao assumir a Prefeitura de São Paulo em 1975, Olavo Setubal afirmou que administrar a cidade era como gerir uma Suíça e uma Biafra. De lá para cá a desigualdade social diminuiu e as periferias mudaram, em parte por causa da expansão do mercado imobiliário para as regiões periféricas, como mostra o livro "A Metrópole de São Paulo no Século XXI" (Editora Unesp). Em entrevista ao Valor, o cientista político e professor da USP Eduardo Marques, de 50 anos, organizador da obra, discute assuntos como mobilidade e adensamento urbanos e ciclovias, tema que voltou ao debate depois do atropelamento e morte de um pedestre na região central, na semana passada, e o fechamento de vias como a avenida Paulista para o lazer da população aos domingos.
Valor O livro trata da desigualdade social na metrópole. São Paulo ainda é uma Biafra e uma Suíça, como dizia Setubal?
Eduardo Marques –Não. Deixamos de aprender muito sobre as cidades se ficarmos com esses modelos polares. Há muitos grupos, espaços e processos intermediários que são importantes para entender a metrópole.
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Marcus Lopes – 28.08.2015
Eduardo Marques – Cientista Político e Professor da USP.
IN Valor Econômico, ed. Impressa, caderno Eu & fim de semana.