Atraídos pela onde
de privatizações de empresas estatais que antecedeu a maioria dos governos de
centro-esquerda, os bancos Santander, BBVA e Bankia, juntamente com Telefónica,
Repsol, Iberdrola, Endesa e Gas Natural Fenosa, realizam simbólicamente o
segundo desembarque espanhol nas Américas, não contribuindo propriamente ao
desenvolvimento econômico e o bem-estar social dos seus cidadãos, mas
reeditando o que alguns estudiosos consideram um deslavado saque dos mercados
de serviços e de recursos naturais, com altíssimo custo para os direitos
humanos e o meio ambiente. Um “segundo desembarque” exitoso, enfim, graças à
impiedosa aliança com mídias e forças ultra conservadoras, empenhadas na
desestabilização e derrubada de governos democráticos.
Frederico Füllgraf
“…Nossos adversários dizem: ‘Sim, anos atrás, nós garantimos a
liberdade de opinião a vocês’. Sim vocês a nós! Mas esta não é uma
prova de que nós a devemos garantir a vocês!
Que vocês a deram a nós é apenas uma prova do burros que são!”Joseph Goebbels (discurso, 4/12/1935).
Que vocês a deram a nós é apenas uma prova do burros que são!”Joseph Goebbels (discurso, 4/12/1935).
Estamos em guerra.
Em uma audiência para
rádios e televisões católicas, ocorrida em março de 2014, ninguém menos que o
Papa Francisco declarou: “Hoje, o clima midiático tem suas formas de envenenamento.
As pessoas sabem, percebem, mas infelizmente se acostumam a respirar da rádio e
da televisão um ar sujo, que não faz bem. É preciso fazer circular um ar mais
limpo. Para mim, os maiores pecados são aqueles que vão na estrada da mentira,
e são três: a desinformação, a calúnia e a difamação”. O uruguaio Aram
Aharonian, fundador da TeleSur, alerta: “Vivemos em plena batalha cultural: a
guerra pela imposição de imaginários coletivos se dá através de meios
cibernéticos, audiovisuais e da imprensa… São golpes baixos permanentes,
noticias… que não têm contextualização, mas que conseguem impactar o coletivo e
já foram empregadas para desestabilizar os governos populares da América
Latina”.
Está em curso a
insurreição impulsionada por um “latifúndio midiático” contra os governos da
Venezuela e Argentina, do Brasil e Equador, assinala Ignacio Ramonet,
ex-diretor do Le Monde Diplomatique, e adverte: “A principal batalha a ser
esgrimida pelos governos democráticos e distruibuidores de renda na América
Latina, é a da Comunicação”. No Brasil, enquanto hesita em aprovar a regulação
do mercado de comunicação, prometido em campanha, o governo Dilma Rousseff vai
perdendo a batalha. Na Argentina e no Ecuador, com penosa tramitação judicial,
foram adotadas leis de regulação de mercado e de políticas de comunicação, que
não conseguiram conter as escaladas dos jornais Clarín (Buenos Aires) e El
Universo (Quito).
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/desconstrucao-midiatica-na-america-latina/
Frederico Füllgraf – Jornalista baseado no Chile – 05.01.2016.
IN Observatório de Imprensa, edição 884.