sábado, 13 de agosto de 2016

Reduzir velocidade de automóveis para salvar vidas é obrigação dos políticos


A prefeitura [de São Paulo] tem sido alvo de reclamações de opositores por estabelecer em 50 km/h o limite em praticamente toda a cidade, mas os resultados já começam a aparecer.

Os automóveis e congêneres mataram 147 pessoas durante o feriado de Ano Novo, apenas nas rodovias federais, informa Sandra Annenberg, durante edição do Jornal Nacional de 5 de janeiro de 2016. A íntegra da nota: “147 pessoas morreram e 2073 ficaram feridas em acidentes nas rodovias federais no feriado de Ano Novo. Os dados preliminares da Polícia Rodoviária Federal foram registrados de 28 de dezembro a três de janeiro. Houve um aumento de quase 15% no número de mortes em relação ao balanço do ano passado”. Fim da notícia.
Por que uma tragédia dessas chama pouca atenção? A queda de um jato, talvez; ou um transatlântico indo a pique provavelmente chamaria, mas as mortes isoladas provocadas por automóveis, caminhões e ônibus conseguem pouco espaço no noticiário, mesmo sendo considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 500 mil brasileiros morreram entre 2012 e 2013, de acordo com dados da WRI Cidades, ONG que estuda e estimula o conceito de sustentabilidade urbana. A ONG promoveu um debate no final de dezembro, em São Paulo, e reuniu especialistas do Brasil, da Austrália e da Inglaterra para debater ações para reduzir as mortes no trânsito.
Marta Obelheiro, coordenadora de saúde da WRI, trouxe alguns números sobre os custos desse tipo de morte no Brasil. Em 2012, morreram no Brasil 44.800 pessoas, que geraram custo estimado de R$ 39 bilhões, dinheiro destinado a hospitais, pagamento de indenizações e perda de produtividade. Já em 2014, o dinheiro de 52% das 595 mil indenizações por invalidez permanente foi concedido a jovens entre 18 e 34 anos. Os números da realidade brasileira estão condizentes com a média do terceiro mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, exibimos um índice de 24 mortes por 100 mil habitantes, próximo da média africana, de 21 mortes e muito longe do padrão Europa, de 9 mortes por 100 mil.
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Rogério Vidueto – 06.01.2016.
IN Observatório do 3º Setor.