Prisão de cinco dos sete conselheiros do TCE do Rio
reforça suspeita de que as relações promíscuas entre integrantes da corte e
empresas podem chegar até ao TCU.
Gil Alessi
A prisão temporária de cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio
de Janeiro nesta quarta-feira levou integrantes da
Corte novamente para as páginas policiais. Responsáveis por fiscalizar os
gastos do Governo, Aloysio Neves (presidente do TCE), Domingos Brazão, José
Gomes Graciosa, José Maurício Nolasco e Marco Antônio Alencar foram detidos em
uma operação da Polícia Federal. As autoridades investigam um esquema de lavagem
de dinheiro e corrupção praticados por eles, em conluio com empresas – eles
cobrariam 1% de propinas nos contratos de obras públicas.
Esta não foi a primeira vez que o TCE do Rio vira notícia por suspeita de
integrar um esquema de corrupção. Em dezembro Jonas Lopes de Carvalho, então
presidente da Corte, foi conduzido coercitivamente para a sede da Polícia
Federal para prestar depoimento após ter sido citado em delações de executivos
da Andrade Gutierrez e da Odebrecht.
Carvalho seria integrante de um grupo que cobrava propina em grandes obras no
Estado, e o coordenador das caixinhas. À época, ele anunciou que iria se
licenciar do cargo por três meses. Posteriormente, negociou um acordo de
colaboração com as autoridades. A operação deste quarta foi municiada com
informações prestadas por Carvalho.
O papel dos tribunais na cadeia da corrupção sistêmica que abarca as
obras de infraestrutura do Brasil começa a ficar cada vez mais na berlinda. O
Tribunal de Contas de São Paulo, por exemplo, também se viu citado em
movimentos suspeitos. No dia 11 deste mês um delator da Andrade Gutierrez
afirmou à Justiça que pagava propinas a juízes da Corte paulista para que não
fossem apontados problemas em licitações e contratos de obras, sobretudo os do
Metrô paulista. O ex-conselheiro do órgão Eduardo Bittencourt Carvalho,
afastado do TCE em 2011 sob a acusação de enriquecimento ilícito, seria um dos
destinatários do dinheiro, de acordo com a Folha de S.Paulo. Outros
seis conselheiros do TCE paulista também aparecem nas delações da empreiteira –
muitos deles já deixaram o Tribunal. A defesa de Carvalho negou que ele tenha
praticado qualquer irregularidade.
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Gil Alessi –
29.03.2017.
IN El País Brasil.