Estudo com ‘método Piketti’ mostra que reversão do
ganho de 1942 a 1963 foi rápida após golpe.
Ligia Guimarães
Após cair ampla e
ininterruptamente entre 1942 e 1963, a desigualdade social no Brasil deu um
salto e voltou a crescer rapidamente já nos primeiros anos da ditadura militar,
a partir do golpe de 64. Tal movimento, desconhecido na história econômica do
país, é uma das conclusões de um estudo que, a partir de dados tributários,
remonta a história de nove décadas de desigualdade social no Brasil.
A pesquisa, de autoria
de Pedro Herculano Guimarães Ferreira de Souza, sob orientação de Marcelo
Medeiros, ambos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e da
Universidade Federal de Brasília (UnB), joga luz sobre a distribuição de renda
no Brasil a partir de 1928, período a respeito do qual, até então, muito pouco
se sabia sobre o tema.
(...)
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Lígia Guimarães – 23.12.2015
IN Valor Econômico, ed. Impressa.
Questão foi alvo de intenso debate acadêmico nos anos
1970
A grande controvérsia sobre a distribuição de renda
teve início em 1972 quando, à luz dos dados recém-divulgados do Censo de 1970,
dois artigos apontaram que a desigualdades social no Brasil havia crescido – e muito
– na década de 1960. Foram rec3ebidos como um balde de água fria em meio à
euforia dos tempos de forte crescimento econômico registrado no regime militar.
Um deles foi escrito pelo professor Rodolfo Hoffman, da USP. O outro, por
Albert Fishlow, pesquisador americano ligado ao Ipea. Ambos transformaram-se em
elementos importantes de crítica à política econômica e social dos governos
militares.
Lígia Guimarães
O trabalho do
pesquisador Pedro Herculano Guimarães Ferreira de Souza reacende um debate que,
nos anos 70, mobilizou grandes nomes da economia nacional em torno da seguinte
questão: afinal, a repressão política da ditadura militar elevou a desigualdade
social no Brasil?
O Pedro tem 33 anos, mas
está discutindo com todos os outros economistas brasileiros, com o Piketty e o
Saez”, afirma o pesquisador Marcelo Medeiros, colega de Souza desde 2012 e
orientador “coruja” na elaboração do estudo, que cria a maior série histórica
anual já elaboradano Brasil a respeito da participação da fatia 1% mais rica da
população sobre a renda nacional. Mais de 40 anos depois, o trabalho de Souza
indica que sim: o ciclo político tem
influência direta na trajetória da desigualdade social.
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Lígia Guimarães – 23.12.2015
IN Valor Econômico, ed. Impressa.