sexta-feira, 28 de abril de 2017

Mulheres na política: quanto mais melhor


a filiação partidária pesa na atuação das deputadas. Grande parte delas são de partidos ligados à esquerda, e costumam atuar em pautas feministas, enquanto uma minoria ligada a partidos de direita atua mais em pautas conservadoras.
[Beatriz] Sanchez observou que existe consenso da bancada feminina em temas que envolvem violência contra a mulher, como na aprovação da Lei Maria da Penha. Nesses casos, os projetos de igualdade de gênero são mais efetivos e conseguem avançar.
Em pautas mais radicais, o perfil biográfico e a orientação do partido dispersam o posicionamento das parlamentares, dificultando a atuação da bancada. “Muitas foram contra o projeto da legalização do aborto, por exemplo, mesmo sendo uma pauta histórica do movimento feminista”, explica a cientista.


Paulo Andrade
A matemática é simples: quanto mais mulheres na política, mais avançam projetos e demandas femininas. Atualmente, representando apenas 9% da Câmara dos Deputados, as mulheres parlamentares ainda convivem com uma divisão sexual do trabalho político. Enquanto homens participam de pautas consideradas mais relevantes pelos políticos, como tributação, economia e divisão de poderes, elas são alocadas em temas como educação, saúde e cidadania. 
Essa foi uma das conclusões do mestrado defendido pela cientista política Beatriz Rodrigues Sanchez no Departamento de Ciência Política da FFLCH-USP em janeiro de 2017. O intuito foi verificar se as deputadas em Brasília representam os interesses da população feminina brasileira.
A pesquisa contemplou um perfil biográfico das congressistas, o qual revelou que 80% delas têm nível superior completo – em contraste com a média da população feminina brasileira de 12,5%, segundo dados do último censo do IBGE. Por outro lado, 65% das parlamentares são católicas, coincidindo com a média da população brasileira, também segundo o Instituto. 
O estudo também mostrou que a filiação partidária pesa na atuação das deputadas. Grande parte delas são de partidos ligados à esquerda, e costumam atuar em pautas feministas, enquanto uma minoria ligada a partidos de direita atua mais em pautas conservadoras.
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Para continuar a leitura, acesse http://fflch.usp.br/node/10427  






Paulo Andrade – 20.02.2017.
IN Página da USP (Usp.br).