se toda
a geopolítica global se tornou uma teia de violência crua, por que nos incomoda
a violência da Al-Shabaab, da Al-Qaeda e do tal Estado Islâmico enquanto
ignoramos a da Arábia Saudita, dos Estados Unidos, da Europa e da Turquia, de
onde emana a distopia? Por que vemos imundície completa nos massacres
promovidos pelo “outro” imaginário, mas aceitamos que se varra para baixo do
tapete a igualmente brutal violência daquele que identificamos como “um de
nós”? Um palpite: por preguiça intelectual pré-condicionada. Porque estamos
exageradamente condicionados a uma leitura não-racional do mundo.
Gabriel Rocha Gaspar
A Somália sofreu no último sábado (14) um dos atentados mais violentos da
história. Na segunda-feira, o Twitter ferveu de questionamentos sobre a baixa
cobertura midiática e a pouca comoção em torno das mais de 500
vítimas (entre mortos e feridos) do ataque ao centro da capital
Mogadíscio. Representantes de ONGs, jornalistas e acadêmicos do mundo todo se
perguntaram por que não surgiu rapidamente um “Je suis
Somália” ou coisa do tipo.
Infelizmente, porque culturalmente naturalizamos o sofrimento de pobre,
preto, muçulmano e africano. Mas ainda que houvesse forte resposta emocional a
tamanha violência politicamente motivada, começaríamos a trilhar o caminho de
evitar que ela se repetisse? Certamente, seria melhor do que a indiferença. Mas
bastaria? Tendo a achar que precisamos de mais do que nossos corações;
precisamos analisar, com a cabeça, como a violência sistêmica, objetiva e
perene, se converte em banhos de sangue. Qual o efeito que cada modalidade de
violência tem sobre nós e por quê.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://justificando.cartacapital.com.br/2017/10/17/o-que-extrema-violencia-na-somalia-pode-nos-ensinar-sobre-empatia/
Gabriel Rocha Gaspar – Jornalista – 17.10.2017.
IN Justificando.
Como
a Somália se encaixa no mapa da geopolítica do Terror
Maior
atentado da história do país africano mostra desejo de milícia extremista de
projetar força após derrota significativa no controle territorial.
João Paulo Charleaux
O duplo ataque terrorista realizado num intervalo de poucas horas, no
sábado (14), em Mogadíscio, capital da Somália, na região chamada Chifre da
África, deixou mais de 300 mortos e 500 feridos, numa ação classificada pelo
governo local de “desastre nacional”.
Autoridades somalis admitiram a dificuldade em determinar com precisão o
número total de vítimas, mesmo dois dias após os atentados, pois centenas de
feridos graves foram levados para diferentes hospitais da cidade, e muitos
mortos foram enterrados diretamente por seus familiares horas após as
explosões. Além disso, há corpos completamente carbonizados, e outros,
soterrados pelos escombros.
A área da cidade atingida é conhecida pelo grande fluxo de pessoas.
Abriga prédios de órgãos do governo, embaixadas, shoppings, bares, terminais de
ônibus e um dos mais conhecidos hotéis da capital somali, o Safari. A poucas
quadras está também a sede do Ministério das Relações Exteriores da Somália.
(...)
Para continuar a leitura, acesse
João Paulo Charleaux – 16.10.2017.
IN Nexo Jornal.