domingo, 29 de outubro de 2017

Cortes na ciência geram êxodo de cérebros, congelam pesquisas e vão 'penalizar' Brasil por décadas, diz presidente da academia


Luiz Davidovich – “Um governo que aplica um corte linear em todas as áreas mostra que não tem prioridade, não tem agenda nacional. Isso contrasta com a posição de outros governos, de países com grande ímpeto desenvolvimentista, como China, EUA, Israel, União Europeia, Coreia do Sul. (...)
Em épocas de crise, eles aumentam o investimento em pesquisa e desenvolvimento.”

Júlia Carneiro
Os pesados cortes de recursos para a área de ciência e tecnologia feitos pelo governo federal estão levando a produção científica brasileira a um "estado terminal", interrompendo pesquisas, acelerando o êxodo de cérebros e gerando uma lacuna que "vai penalizar o Brasil por décadas", afirma o presidente da Academia Brasileira da Ciências (ABC), Luiz Davidovich.
Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o físico carioca alerta para as grandes perdas trazidas pelo corte dramático imposto pelo governo Temer ao orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia e Comunicações em março deste ano, levando a verba para ciência ao patamar de 12 anos atrás.
O corte de 44% no orçamento para 2017, de R$ 5,8 bilhões para R$ 3,2 bilhões, repercutiu internacionalmente, deixando cientistas brasileiros "horrorizados", segundo artigo na prestigiosa revista científica Nature.
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Júlia Carneiro – 11.07.2017.
Luiz Davidovich – Físico, Professor da UFRJ.
IN BBC Brasil.