ADRIANO CODATO - "A despeito das paixões
de seus torcedores, MARINA SILVA não reinventará a política nacional. Pelo
contrário, ela reforça os regulamentos e as práticas existentes. Utiliza todos
os recursos tradicionais da tradicional política brasileira: migração entre
partidos, personalismo, alianças multipartidárias (logo, 'não ideológicas'),
apoios heterodoxos. O interessante é que ela faz tudo isso dizendo que não o
faz e ampla parcela dos eleitores desiludidos com a velha política acredita (...)
Penso que a repercussão das MANIFESTAÇÕES DE JUNHO DE 2013, já está sendo sentida pelo sistema
político e pelos seus protagonistas. Marina Silva, uma política de
carreira, conseguiu encarnar a figura da política pura em meio aos impuros e
apresentar-se como a promessa de redenção dos males nacionais repetindo um
chavão sem conteúdo: 'REFORMA POLÍTICA'.
Imagina-se que através dela seja possível repudiar a política real (apoios 'FISIOLÓGICOS', amplas maiorias, sistemas de
corrupção), os partidos tradicionais, 'Tudo isso que aí está', enfim. A
juventude despolitizada de 2013 parece ter encontrado sua redentora".
Patrícia Fachin
“Imagina-se que através de Marina seja
possível repudiar a política real (apoios ‘fisiológicos’, amplas maiorias,
sistemas de corrupção), os partidos tradicionais, ‘tudo isso que aí está’”,
comenta o cientista político.
O crescimento de Marina Silva nas pesquisas eleitorais é uma consequência e
uma “repercussão das manifestações
de junho de 2013”, avalia Adriano Codato em entrevista à IHU On-Line. “Uma política de
carreira”, menciona, Marina“conseguiu
encarnar a figura da política pura em meio aos impuros e apresentar-se como a
promessa de redenção dos males nacionais repetindo um chavão sem conteúdo:
‘reforma política’”. Para ele, uma terceira via na política brasileira a partir
da eleição de Marina, “que é uma costela do PT, diga-se
de passagem, só conseguirá, porém, firmar-se como força política (e não
simplesmente eleitoral) se conseguir eleger também uma bancada razoável na Câmara
dos Deputados (bem acima dos atuais 5%), governadores nos estados,
etc.”. E acrescenta: “Será inevitável aceitar, caso Marina vença,
o desembarque maciço da tropa do PMDB, a aproximação e, tão logo
seja decente, o casamento com o PSDB e, quem sabe o futuro,
até mesmo a ressurreição do DEM”.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/534949-a-juventude-despolitizada-de-2013-parece-ter-encontrado-sua-redentora-entrevista-especial-com-adriano-codato
Patrícia
Fachin –
05.09.2014
Adriano
Codato -
Cientista Político e Professor da UFPR
IN Instituto Humanitas Unisinos.