Em oito anos do governo FHC,
sucatearam-se as universidades federais e institutos de pesquisa, a Petrobras e
outras instituições que geram conhecimento e inovação. As federais foram
condenadas a pão e água – em alguns casos, não tinham dinheiro nem para pagar a
água
Reginaldo Moraes
Tempos atrás, quando os tucanos ditavam as regras,
um ex-ministro da educação disse: “a ênfase no ensino universitário foi uma
característica de um modelo de desenvolvimento autossustentado, desplugado da
economia internacional e hoje em estado de agonia terminal” (revista Exame, 17
de julho de 1996).
O sistema de educação superior e de pesquisa era
considerado supérfluo, desnecessário, oneroso, como fica claro nessa afirmação:
“Para mantê-lo, era necessário criar uma pesquisa e tecnologia próprias (…).
Com a abertura e a globalização, a coisa muda de figura. O acesso ao
conhecimento fica facilitado, as associações e joint-ventures se encarregam de
prover as empresas de países como o Brasil do know-how que necessitam (…).
Alguns países, como a Coreia, chegaram mesmo a ‘terceirizar’ a universidade.
Seus melhores quadros vão estudar em escolas dos Estados Unidos e da Europa.
Faz mais sentido do ponto de vista econômico”.
Evitemos personalizar essa visão – ela era a visão
do governo tucano, não apenas de um ministro. E era a expressão acabada de um
pensamento de colonizado – ou de gerente colônia. Para essas cabeças, o melhor
que o País poderia ter era um contrato de fornecimento com o país-chefe. Uma
Alca (Área de Livre Comércio das Américas) ou coisa parecida. E treinar
serviçais para essa função.
(...)
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Reginaldo Moraes – professor da Unicamp, pesquisador
do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados
Unidos (INCT-Ineu) e colaborador da Fundação Perseu Abramo. – 23.07.2014
IN Brasil Debate.