quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Depois da fome, a obesidade


Agregar educação alimentar ao cardápio de proteínas e carboidratos é um requisito para que a vitória contra a carência não se torne no momento seguinte em derrota para o excesso. A dieta saudável como política pública é a nova fronteira da segurança alimentar no mundo.

José Graziano da Silva
A obesidade e a forme enquadram-se numa matriz de falsos opostos. Trata-se de um paradoxo que marca importante dimensão da segurança alimentar e nutricional na atualidade, especialmente nos países desenvolvidos e de renda média, como a maioria dos páises latino-americanos e caribenhos hoje.
Dos 42 milhões de menores de cinco anos que apresentam sobrepeso no mundo, 35 milhões (83%) vivem em países com esse perfil, explica a Organização Mundial da Saúde (OMS).
 A lição é clara: em sociedades que fizeram grandes progressos na erradicação da fome, e o Brasil é um caso, há que se prevenir retrocessos e aumentar a resiliência do que foi conquistado. Isso inclui reverter a curva ascendente que faz do sobrepeso e da obesidade uma contrapartida da maior quantidade disponível de calorias.
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José Graziano da Silva – Diretor Geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) – 04.02.2016
IN Valor Econômico, edição impressa.