Nosso amigo não cobrava vitórias eleitorais do PT. Cobrava
ideologia. Entre a crise de deposição da Dilma e as eleições de 2016, queria um
partido aguerrido e não acuado. Supunha que estávamos perdendo a sociedade.
Como se algum dia tivéssemos ganhado a sociedade e não apenas as eleições.
Luis Fernando Vittagliano
“Pedro ondecê vai eu também vou,
Mas tudo acaba onde começou.”
(Meu amigo Pedro – Raúl Seixas)
Mas tudo acaba onde começou.”
(Meu amigo Pedro – Raúl Seixas)
Usarei PedroTorres como nome fictício de um professor universitário já
sexagenário. Sua trajetória política não deixa dúvidas em relação aos seus
ideais: lutou contra a ditadura de 1964, viu amigos presos, colegas
desaparecidos, conheceu forçosamente o mundo através do exílio e voltou ao
Brasil para recuperar seus direitos políticos quando participou da fundação do
PT.
Meu encontro com ele em um debate pode sintetizar em boa medida o
inconformismo de parte das figuras de esquerda com a conjuntura política. Suas
posições beiravam a ação desenfreada de uma metralhadora que busca o alvo
aleatoriamente. Então, qualquer esquerda que tenha se postado na linha de
frente de 2016 tornava-se objeto de sua crítica.
É compreensível sua atitude – como de muitos outros que em público ou em
particular se dedicam ao exame político de 2016. Em parte, há uma verdade
nessas reverberações: as esquerdas estão fragilizadas e acuadas. O avanço da
direita não é apenas no campo eleitoral, atinge também o projeto social e salta
aos olhos a disseminação de preconceitos.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://brasildebate.com.br/o-destino-de-pedro-torres-e-as-eleicoes-de-2016/
Luis Fernando Vittagliano – Sociólogo e Professor Universitário – 20.10.2016.
IN Brasil Debate.