sábado, 25 de fevereiro de 2017

A esquerda vai meter o pé na jaca?


A narrativa primordial dos partidos de esquerda está marcada pela denúncia de golpe parlamentar que deu origem a um governo usurpador, cujo objetivo primordial é destruir conquistas históricas do povo brasileiro, atropelando a Constituição e o regime democrático.
Como essa tese poderia continuar a ser tratada com seriedade se PT e PCdoB apoiarem nomes representativos do golpismo, batendo palmas e arregimentando votos ao lado das  principais lideranças reacionárias e dos chefes governistas?


Breno Altman
O PT e o PCdoB estão novamente às voltas com decisões a tomar sobre quem apoiarão para presidir as duas casas legislativas.
Parte de suas bancadas parlamentares, na Câmara dos Deputados e no Senado, não esconde a tentação de apoiar candidaturas da base governista, como é respectivamente o caso de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Aliados a fórmulas vencedoras, petistas e comunistas poderiam conquistar cargos nas mesas diretoras, melhores condições de atuação nas comissões internas e até alguma barganha, de natureza progressista, na agenda de votação do próximo biênio.
Os defensores de acordos deste naipe ressaltam que a disputa pelo comando legislativo responderia a equilíbrios internos do parlamento, mais ou menos maleáveis às minorias em função das forças e personagens que vierem a predominar.
(...)




Breno Altman – 09.01.2017.
IN Opera Mundi.