Privação de sono,
pauladas, tarefas em salas impregnadas de gás lacrimogêneo e pimenta, almoço
misturado com água e consumido com as mãos imundas de terra e pus, humilhação e
assédio moral praticados por superiores.
Thiago Guimarães
As cenas, registradas em um curso recente de
formação policial no Brasil, se repetem pelo país. Expõem ainda o predomínio,
no treinamento das PMs, de uma "pedagogia do sofrimento" que acaba
por alimentar a violência de seus agentes nas ruas.
A conclusão é do capitão da PM da Paraíba Fábio
França, que colheu relatos de participantes de um estágio de aperfeiçoamento
realizado em agosto de 2014 em uma Polícia Militar do país – o Estado não é
revelado na pesquisa porque os chefes da corporação pediram para "resguardar
a imagem da instituição".
Mestre e doutor em sociologia, França
especializou-se no estudo da formação dos profissionais de segurança pública no
Brasil.
Com 35 anos de idade e 13 de PM, o capitão
cunhou a expressão "pedagogia do sofrimento" para caracterizar o
modelo de cunho militarista que, segundo ele, predomina na educação policial no
país, baseado em valores como masculinidade, virilidade e exaltação ao combate
bélico.
(...)
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continuar a leitura, acesse http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/151231_treinamento_policia_tg
Thiago Guimarães – 05.01.2016
IN BBC Brasil.