Vemos que a expectativa de vida média dos
países que delimitaram em 65 anos o corte para a aposentadoria é de 81,2 anos,
versus a expectativa de vida de 75 anos no Brasil. Ou seja, indivíduos
desses países deverão viver 6,2 anos a mais do que um cidadão brasileiro.
(...)
A situação fica mais complicada quando aplicamos o fator HALE (Health Adjusted Life Expectancy ou Expectativa de Vida Ajustada pela Saúde, em tradução livre). O fator HALE é uma conta complexa que abate
proporcionalmente da expectativa de vida doenças ou limitações de saúde dos
indivíduos.
(...)
Na média, temos que nesses países um
indivíduo ainda terá 6,5 anos com saúde para aproveitar sua aposentadoria antes
de ser acometido por alguma doença ou impedimento. No Brasil, na média, um
indivíduo teria 6 meses. Isso mesmo, 6 anos lá, 6 meses aqui.
Marcello L. Perrucci
Muito já foi dito sobre a reforma da previdência. De um lado, defensores
da reforma apontam o déficit da previdência como motivo determinante da reforma.
Do outro, especialistas apontam que essa conta desconsidera as demais fontes de
recursos do Orçamento de Seguridade Social, bem como as renúncias fiscais do
governo. Sobre o tema, sugiro a leitura da cartilha elaborada pela AFFIP aqui, ou que assistam esse vídeo (esse texto também é
bastante didático e esse).
O que me motivou a escrever esse
artigo, contudo, foi um gráfico que consta na exposição de motivos da PEC 287/16 (Pág. 17). Para justificar a escolha cabalística do número 65 como idade
para aposentadoria, Meirelles apresenta o seguinte gráfico elaborado com dados
da OCDE (2012):
Analisando o gráfico, vemos que, de fato, a grande maioria dos países da
OCDE utilizam como idade mínima para aposentadoria a idade de 65 anos. (Não vou
nem comentar que há dados incorretos no gráfico, como o fato de que, no Japão,
a idade mínima para aposentadoria está subindo 4 meses por ano e só vai chegar em
65 no ano de 2025 — sim, daqui a nove anos — para saber mais sobre o tema, sugiro essa notícia ou esse levantamento.)
O que Meirelles deixa de fora da
exposição de motivo são outras informações sobre esse outro grupo de países.
(...)
Para continuar a leitura, acesse https://trendr.com.br/o-que-n%C3%A3o-te-contaram-sobre-a-reforma-da-previd%C3%AAncia-18ba4d34c23a#.b5uzdetec
Marcello L. Perrucci – Auditor Federal de Finanças e Controle da
Controladoria-Geral da União e Presidente do Conselho Fiscal da
FUNPRESP (Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do
Poder Executivo) –
IN Trendr.