Você não pode imaginar,
caro leitor, a revolta das mulheres na penitenciária, quando foi libertada a
mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, com a justificativa de ser mãe de um
menino de 14 e outro de 12 anos carentes de cuidados maternos.
Como explicar que elas não
têm direito à lei da qual se valeu essa senhora, cujo marido roubou muitos
milhões a mais do que a somatória de todos os furtos e assaltos praticados
pelas 2.200 prisioneiras da cadeia?
Drauzio Varella
A Justiça brasileira faz questão de mostrar que é desigual.
Já vivi o suficiente para aprender que a igualdade entre seres humanos só
é atingida depois da morte, em qualquer parte do mundo. Nos países
desenvolvidos, no entanto, existe preocupação do aparato judiciário em aplicar
as leis com mais rigor e punir os que as infringem, de modo a transmitir a
todos os cidadãos a sensação de que condições sociais privilegiadas não lhes
garante a impunidade.
No Brasil, o emaranhado de leis, jurisprudências e recursos cabíveis à
aplicação delas asseguram aos bons escritórios de advocacia, a possibilidade de
manter criminosos longe das grades por muitos anos –ou para sempre.
(...)
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Drauzio Varella – Médico e Escritor – 05.08.2017.
In Folha de S. Paulo.