não podemos deixar de
destacar a necessidade de uma reflexão sólida e ações concretas nesse sentido
[de revisão da desigual carga tributária].
Aproprio-me, aqui, das ponderações da Oxfam: algum nível de desigualdade
é inevitável em qualquer sociedade. Mas desigualdades extremas, como as que temos no Brasil, são
inaceitáveis.
Tathiane Piscitelli
Não é a primeira vez que trato nesta coluna sobre o debate relativo à
reforma tributária no Brasil. Como é sabido, a proposta do deputado federal
Luiz Carlos Hauly tem seu discurso pautado na necessidade de redução da carga
tributária sobre o consumo e maior tributação da renda, considerando os efeitos
que essa concentração sobre o consumo gera no no aumento da desigualdade. A
despeito disso, a proposta em si não altera substancialmente esse cenário.
Meu objetivo com esse texto, porém, é jogar luzes sobre esse tema: afinal,
o sistema tributário pode ser utilizado como instrumento de redução de
desigualdades? E, ainda, faz sentido afirmar que o desenho do nosso sistema de
fato acentua a distância entre ricos e pobres.
Neste
mês de outubro, a Oxfam Brasil, organização não governamental internacional que
atua pela redução da pobreza e das desigualdades, publicou o relatório “A
distância que nos une: um retrato das desigualdades brasileiras”. Os dados são
alarmantes: no início de 2017, seis brasileiros possuíam, juntos, a riqueza da
metade mais pobre do país; 1% dos proprietários dos imóveis da cidade de São
Paulo concentravam 25% dos imóveis registrados na capital, ou seja, 45% de
valor imobiliário municipal; 52% dos bilionários brasileiros, que somam 31
pessoas, receberam suas fortunas via herança; o Brasil é o 10º país mais
desigual do mundo, em um ranking de mais de 140 países.
(...)
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http://mobile.valor.com.br/legislacao/fio-da-meada/5163146/distribuicao-da-carga-tributaria-e-os-niveis-de-desigualdade-no-bras
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Tathiane Piscitelli – Advogada e Professora – 20.10.2017.
IN Valor Econômico.