1968 não é lembrança
só de tempos trágicos, nem só de tempos heróicos. Era também um tempo de
criatividade, de militância política com humor. E como já disse, de muita
esperança.
Mouzar
Benedito
Com muita
justiça, o ano de 1968 virou algo mitológico na história do Brasil e do mundo,
seja no plano político ou de costumes. Drogas, sexo, roupas, cabelos, música,
crenças, tudo isso – e muito mais – teve uma reviravolta naquele ano.
O crédito de
tudo que aconteceu, inclusive aqui, costuma ser dado aos estudantes franceses
que abalaram a república de De Gaulle em maio daquele ano. Tudo começou com uma
greve contra uma reforma universitária, e a coisa foi se radicalizando e virou
um protesto generalizado, com batalhas de rua contra a polícia.
Mas a coisa
não foi bem assim, para nós brasileiros. Nossos protestos começaram antes,
contra o acordo MEC-Usaid, contra o imperialismo e contra a ditadura em que
vivíamos. No dia 28 de março, portanto bem antes do famoso Maio de 68 francês,
houve um protesto estudantil no restaurante da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, conhecido como Calabouço, e a repressão foi muito violenta. Na
ocasião, morreu um estudante, Edson Luís de Lima Souto, de apenas 18 anos. A
partir daí, os protestos contra a ditadura se radicalizaram e espalharam por
todo o país, acompanhando o que já acontecia no Rio, em São Paulo e algumas
outras cidades.
Nossa luta
era outra. Não vivíamos numa democracia como os estudantes franceses. Aqui
tínhamos uma ditadura submissa aos interesses do capitalismo internacional,
especialmente dos Estados Unidos, e queríamos o fim tanto da ditadura quanto do
imperialismo.
(...)
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Mouzar
Benedito – 09.02.2012
IN Revista Forum.