sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Autor do livro '1968, por aí… Memórias burlescas da ditadura' conta um pouco do cotidiano dos estudantes à época


1968 não é lembrança só de tempos trágicos, nem só de tempos heróicos. Era também um tempo de criatividade, de militância política com humor. E como já disse, de muita esperança.

Mouzar Benedito
Com muita justiça, o ano de 1968 virou algo mitológico na história do Brasil e do mundo, seja no plano político ou de costumes. Drogas, sexo, roupas, cabelos, música, crenças, tudo isso – e muito mais – teve uma reviravolta naquele ano.
O crédito de tudo que aconteceu, inclusive aqui, costuma ser dado aos estudantes franceses que abalaram a república de De Gaulle em maio daquele ano. Tudo começou com uma greve contra uma reforma universitária, e a coisa foi se radicalizando e virou um protesto generalizado, com batalhas de rua contra a polícia.
Mas a coisa não foi bem assim, para nós brasileiros. Nossos protestos começaram antes, contra o acordo MEC-Usaid, contra o imperialismo e contra a ditadura em que vivíamos. No dia 28 de março, portanto bem antes do famoso Maio de 68 francês, houve um protesto estudantil no restaurante da Universidade Federal do Rio de Janeiro, conhecido como Calabouço, e a repressão foi muito violenta. Na ocasião, morreu um estudante, Edson Luís de Lima Souto, de apenas 18 anos. A partir daí, os protestos contra a ditadura se radicalizaram e espalharam por todo o país, acompanhando o que já acontecia no Rio, em São Paulo e algumas outras cidades.
Nossa luta era outra. Não vivíamos numa democracia como os estudantes franceses. Aqui tínhamos uma ditadura submissa aos interesses do capitalismo internacional, especialmente dos Estados Unidos, e queríamos o fim tanto da ditadura quanto do imperialismo. 
(...) 
Para continuar a leitura, acesse http://revistaforum.com.br/blog/2012/02/que-ano/





Mouzar Benedito – 09.02.2012
IN Revista Forum.