Dilma e seu corpo de colaboradores
diretos, vitoriosos nas urnas, parecem estar diante de grande dificuldade para
criar uma narrativa positiva que reconheça os avanços do seu governo em
assuntos internacionais.
(...)
Assim,
mesmo com avanços apoiados em fatos objetivos, como a intensificação da
cooperação Sul-Sul e com os BRICS, a defesa dos direitos humanos em diversos
fóruns internacionais, a manutenção e por vezes aumento da construção de
infraestrutura regional, defesa dos países em desenvolvimento, compromisso
explícito com a paz, democracia e reforma dos organismos internacionais,
reposicionamento das forças armadas com a compra dos caças suecos,
aprimoramento de mecanismo de participação social na política externa, além da
resposta ao grave caso de espionagem envolvendo o governo norte-americano, o
seu governo não foi capaz de metabolizar e defender suas conquistas e amansar
as dúvidas.
Daniel
Rei Coronato
A narrativa é um dos elementos fundamentais da
política, especialmente da política externa de um país. A forma como fatos são
contados, interpretados e manipulados, geralmente separa sucesso e fracasso,
ainda que a realidade objetiva não dê elementos suficientes para uma análise
unidimensional.
Mesmo que a tradição orwelliana nos diga que a
história é escrita pelos vencedores, Dilma Rousseff e seu corpo de
colaboradores diretos, vitoriosos nas urnas, parecem estar diante de grande
dificuldade para criar uma narrativa positiva que reconheça os avanços do seu
governo em assuntos internacionais.
Suas conquistas e triunfos foram apequenados frente
à imensidão de entendimentos sobre a atuação do Brasil no cenário global,
trazendo à tona todo o tipo de dedução e especulação.
A comunidade acadêmica, que em política externa tem
historicamente ficado à mercê do conhecimento produzido por pesquisadores com
fortes ligações com o poder, têm mantido constante má vontade de dialogar ou
contrapor com argumentos científicos os debates postos pela grande mídia e nas
ruas.
Essa pequena fidalguia de detentores das narrativas
científicas dá mostras que pretendem proporcionar um papel negativo nos manuais
que regularmente são produzidos pelos mesmos.
(...)
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Daniel
Rei Coronato – Professor de
Relações Internacionais do Centro Universitário SENAC-SP e doutorando em
Relações Internacionais pelo Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas – 05.12.2014
IN Brasil Debate.