Aletheia,
a justiça sem vendas, não vê isso. Partidarizou e, no fundo, amesquinhou a Lava
Jato. É risível escutar no rádio ou na TV que Lula foi o ‘principal
beneficiário’ da corrupção na Petrobrás. Até que ponto a estratégia de atuação
conjunta entre Moro e a mídia vai perdurar? Aletheia atua para acirrar mais os
ânimos na sociedade brasileira e para fazer posicionarem-se aqueles que ainda
não tinham tomado partido nessa disputa.
Wagner de Melo Romão
A
Operação Lava Jato começou há dois anos em busca de desbaratar uma quadrilha de
doleiros. Teve o mérito de desvendar os mecanismos do vasto esquema de
corrupção que envolve as grandes empreiteiras deste á[os e arte ex´ressova de
´pç[tocps çogadps ap atiaç gpvermp. ,edoadas ´pr doretpres da Petrobras. A
operação mostrou que, no Brasil de hoje, ninguém está acima da lei. Nem políticos,
nem presidentes de empreiteiras. Mais que isso, explicitou como a cartelização
do grande capital tem se apoderado de nacos do Estado e desviado recursos que
poderiam reforçar nossos hospitais, nossas escolas, nossas iniciativas de
combate à desigualdade social.
Hoje
[04.03.2016], no entanto, a operação perdeu definitivamente sua razão. O que
Aletheia desvela é uma justiça que tira suas vendas para miraru em um grande
líder político e transformar-se em um espetáculo de linchamento público. A
obsessão de Sérgio Moro é se tornar inesquecível como líder da Mani Pulite à
brasileira. Em sua cruzada, a ‘condução coercitiva’ de Lula e sua provável
futura prisão tornaram-se o troféu que simbolizará a vitória final da Justiça
contra a classe política corrupta. É aí, no entanto, que a Lava Jato se
partidariza e se mistura ao jogo sujo da política. Moro toma partido no fla-flu
que divide o País.
(...)
Para continuar a leitura, acesse
http://m.estadao.com.br/noticias/geral,analise---aletheia-a-justica-sem-vendas,10000019651
Wagner de Melo Romão –
Cientista Político, professor da Unicamp – 05.03.2016.
IN O Estado
de São Paulo.
Xadrez da cassação
A
estratégia dos enxadristas da Lava Jato combina duas linhas de força. De um
lado, plantam devagar cerco que imobiliza o ex-presidente Lula. De outro,
avançam rápido na direção de comprometer a presidente da República. Lembro que
o anterior fato espetaculoso, também preparado com esmero, foi a prisão
"em flagrante" do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral.
Ressalte-se: do governo.
Os
erros que Dilma comete contribuem para a eficácia da estratégia.
André Singer
A
espetacular prisão de João Santana, em timing cada vez mais calculado, joga,
não por acaso, lenha grossa na fogueira de novas eleições para presidente e
vice este ano. Apanha Dilma em curso de perigoso isolamento, ao mesmo tempo em
que a alternativa do impeachment continua queimada pelos erros de Michel Temer
e pela imagem de Eduardo Cunha. Nesse contexto, a "operação derruba
chapa" procura pressionar o frágil colegiado do TSE a cassar os vitoriosos
em 2014.
A estratégia dos
enxadristas da Lava Jato combina duas linhas de força. De um lado, plantam
devagar cerco que imobiliza o ex-presidente Lula. De outro, avançam rápido na
direção de comprometer a presidente da República. Lembro que o anterior fato
espetaculoso, também preparado com esmero, foi a prisão "em
flagrante" do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral. Ressalte-se:
do governo.
Os erros que Dilma
comete contribuem para a eficácia da estratégia. Na medida que o ex-presidente
fica na berlinda, aumenta a tentação da atual mandatária salvar-se por conta
própria. Há indícios de que o Planalto cedeu à ilusão de que se cumprir o
programa liberal completo receberá salvo conduto para cumprir o resto do
mandato, mesmo que Lula e o PT se estrepem.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://www1.folha.uol.com.br/colunas/andresinger/2016/02/1744035-xadrez-da-cassacao.shtml (ou http://www.blogdomagno.com.br/ver_post.php?id=156939)
André Singer –
Cientista político e professor da USP – 27.02.2016.
IN
Folha de São Paulo (Republicado no Blog de Magno Martins).