Como
chegamos até aqui? Por que os equilíbrios virtuosos alcançados ao longo das
duas últimas décadas não conseguiram se sustentar ao longo do tempo? Até que
ponto essas crises decorrem de problemas estruturais do sistema político?
Seriam consequência de problemas de governo, especialmente no que diz respeito
a más escolhas de gerência de coalizões?
Por
que nós, cientistas políticos, não fomos capazes de prever tais crises?
Carlos Pereira
A
ciência política brasileira fez avanços consideráveis, tanto do ponto de vista
teórico como metodológico. A busca por rigor no tratamento dos dados e
sofisticação analítica permitiu, por exemplo, que identificássemos os
pré-requisitos para o funcionamento virtuoso do presidencialismo
multipartidário.
Entretanto,
a deterioração abrupta da governança política e econômica tem gerado novos
desafios interpretativos. Na realidade, o Brasil vive hoje um acúmulo de
crises: econômica, política, de representação, ética e moral, do sistema
partidário, do seu estado de proteção social, etc. É extremamente difícil
estabelecer onde uma dessas crises começa e quando outra termina. A sensação de
descarrilamento e de mal estar é generalizada: inflação alta, desemprego
crescente, recessão econômica, corrupção, baixa popularidade da presidente,
quebra de sua coalizão, risco de impeachment e de cassação de sua candidatura,
etc.
Como
chegamos até aqui? Por que os equilíbrios virtuosos alcançados ao longo das
duas últimas décadas não conseguiram se sustentar ao longo do tempo? Até que
ponto essas crises decorrem de problemas estruturais do sistema político?
Seriam consequência de problemas de governo, especialmente no que diz respeito
a más escolhas de gerência de coalizões?
Por que
nós, cientistas políticos, não fomos capazes de prever tais crises?
É
possível identificar pelo menos três interpretações concorrentes, mas não
necessariamente excludentes, para a crise política brasileira.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://www.valor.com.br/politica/4413484/durma-se-com-um-barulho-desses
(ou em http://gilvanmelo.blogspot.com.br/2016/01/carlos-pereira-durma-se-com-um-barulho.html ).
Carlos Pereira –
Cientista político e professor titular na Ebape/FGV – 28.01.2016.
IN
Valor Econômico (republicado em Blog do Gilvan Melo).