Enquanto o governo propõe cortes de investimento na saúde pública
pelos próximos 20 anos, apenas entre maio e agosto de 2016 (período de Michel
Temer na presidência) as Organizações Globo receberam mais de R$ 15,8 milhões.
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Depois de um governo Dilma Rousseff que parou de pagar publicidade
em jornais impressos em 2015, essas empresas voltaram a receber verbas para as
suas publicações. Entre maio e agosto de 2016, O Globo recebeu mais de R$
331 mil; o Estadão, R$ 307 mil; a Folha, R$ 303 mil; o Valor,
R$ 347 mil.
São
esses mesmos veículos de mídia que tentam convencer o cidadão da necessidade de
cortes no orçamento em setores que não representam custos (como a saúde e a
educação), mas investimentos no que há de mais importante em uma nação: a sua
população.
Pablo Antunes
Há anos, cientistas políticos alertam que o pior de um presidencialismo
de coalizão é a pulverização de favores a líderes políticos de diversos
partidos em um troca-troca que envolve ministérios, secretarias e cargos de
chefia em estatais em favor de apoio nas casas parlamentares e no aparelhamento
do Estado.
A esse tenebroso cenário se soma uma outra coalizão
que em nada respeita o direito do cidadão à informação e à liberdade de
expressão. Desde que assumiu a presidência da república, interinamente, depois
definitivamente, o governo Michel Temer elevou, sem qualquer constrangimento,
as verbas publicitárias para a grande mídia oligárquica que produz as manchetes
que informam e desinformam a maior parte da população brasileira. Essas
empresas são: as Organizações Globo, as editoras Abril e Caras, os grupos
Folha/UOL, Estadão e Band.
Inicialmente, o leitor precisa saber que as verbas
publicitárias são um importante ferramenta de qualquer governo para falar com a
população. Por meio da propaganda, o povo é informado de campanhas de
vacinação, projetos sociais, ações educativas, alterações de regras da
previdência social, dos prazos para pagamentos de impostos, entre outros.
Portanto, quanto mais municípios forem abrangidos, maior será a população a
receber a mensagem.
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Pablo Antunes – Psicólogo e escritor – 13.10.2016.
IN Observatório de Imprensa, ed. 923.