Para ex-auditora da Receita, convidada pelo Syriza para analisar a
dívida grega, sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado
financeiro.
Renan Truffi
Dois meses antes de o governo Dilma Rousseff anunciar oficialmente o corte de 70 bilhões de reais do Orçamento
por conta do ajuste fiscal, uma brasileira foi convidada
pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições,para compor o Comitê
pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais. A
brasileira em questão é Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita
Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil. Mas o que
o ajuste tem a ver com a recuperação da economia na Grécia? Tudo, diz Fattorelli. “A
dívida pública é a espinha dorsal”.
Enquanto o Brasil caminha em direção à austeridade, a estudiosa participa
da comissão que vai investigar os acordos, esquemas e fraudes na dívida
pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social. “Existe um ‘sistema
da dívida’. É a utilização desse instrumento [dívida pública] como veículo para
desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro”, complementa Fattorelli.
Esta não é a primeira vez que a auditora é acionada para esse tipo de
missão. Em 2007, Fattorelli foi convidada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, para ajudar na
identificação e comprovação de diversas ilegalidades na dívida do país. O trabalho
reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana.
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Renan Truffi – 09.06.2015.
Maria Lucia Fattorelli – Auditora aposentada.
IN Carta Capital.