terça-feira, 29 de novembro de 2016

Muere Fidel Castro, ¿el político más astuto del siglo XX?



Por medio siglo, la habilidad de Fidel para dar zancadas en el escenario mundial lo hicieron parecer por momentos un semidiós.
Y durante esos años, fuera que lo amaran o lo despreciaran, la mayoría de los cubanos había compartido la sensación de que ellos también eran especiales.
Ahora que no está, Cuba parece empequeñecerse, convertirse en un estado post-socialista más, plagado de problemas mundanos y contradicciones, aunque imbuido en una pátina de exotismo, y hasta de cierto romanticismo histórico por el país que fue bajo la égida de Fidel.
Sin él, nada en Cuba volverá a ser igual.

Jon Lee Anderson
El fallecido escritor colombiano Gabriel García Márquez escribió que en una ocasión vio a Fidel Castro, gran amante de los helados, comerse no menos de 28 bolas en una sola sentada.
Probablemente se trataba de una historia apócrifa, pero en su exageración García Márquez dijo una verdad fundamental sobre el comportamiento legendario de Castro, que alimentaba el estatus cuasi mitológico del que gozó durante gran parte de su vida adulta.
Después de que su Ejército Rebelde derrocara al dictador Fulgencio Batista en 1959, Castro no perdió tiempo en hacer sentir su presencia más allá de los confines de su isla natal. Su principal estrategia fue desafiar de manera abierta, con palabras y hechos, la hegemonía de Estados Unidos en América Latina.
(...)







Jon Lee Anderson – Jornalista e escritor – 20.11.2016.
IN BBC Brasil.




E seus inimigos não dizem que apesar de todos os pesares, das agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta.


Eduardo Galeano
Seus inimigos dizem que foi rei sem coroa e que confundia a unidade com a unanimidade.
E nisso seus inimigos têm razão.
Seus inimigos dizem que, se Napoleão tivesse tido um jornal como o Granma, nenhum francês ficaria sabendo do desastre de Waterloo.
E nisso seus inimigos têm razão.
Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e escutando pouco, porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes.
E nisso seus inimigos têm razão.
Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a História que abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou os furacões de igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637 atentados, que sua contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia em pátria e que não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que essa nova pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que já estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo.
(...)






Eduardo Galeano – Intelectual e escritor Uruguaio – 2008.
Do livro “Espelhos: uma história universal”.
Trad. Éric Nepomuceno.
IN Outras Palavras.