Por medio siglo, la habilidad de Fidel para dar zancadas en el
escenario mundial lo hicieron parecer por momentos un semidiós.
Y durante esos años, fuera que lo amaran o lo despreciaran, la
mayoría de los cubanos había compartido la sensación de que ellos también eran
especiales.
Ahora que no está, Cuba parece empequeñecerse, convertirse en un
estado post-socialista más, plagado de problemas mundanos y contradicciones,
aunque imbuido en una pátina de exotismo, y hasta de cierto romanticismo
histórico por el país que fue bajo la égida de Fidel.
Sin él, nada en Cuba volverá a ser igual.
Jon Lee Anderson
El fallecido escritor colombiano Gabriel García
Márquez escribió que en una ocasión vio a Fidel Castro, gran amante de los
helados, comerse no menos de 28 bolas en una sola sentada.
Probablemente se trataba de una historia apócrifa, pero en su exageración
García Márquez dijo una verdad fundamental sobre el comportamiento legendario
de Castro, que alimentaba el estatus cuasi mitológico del que gozó durante gran
parte de su vida adulta.
Después de que su Ejército Rebelde derrocara al dictador Fulgencio
Batista en 1959, Castro no perdió tiempo en hacer sentir su presencia más allá
de los confines de su isla natal. Su principal estrategia fue desafiar de
manera abierta, con palabras y hechos, la hegemonía de Estados Unidos en
América Latina.
(...)
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Jon Lee Anderson – Jornalista e escritor – 20.11.2016.
IN BBC Brasil.
E seus inimigos não dizem que apesar de todos os pesares, das
agressões de fora e das arbitrariedades de dentro, essa ilha sofrida mas
obstinadamente alegre gerou a sociedade latino-americana menos injusta.
Eduardo Galeano
Seus inimigos dizem que foi rei sem coroa e que confundia a unidade com a
unanimidade.
E nisso seus inimigos têm razão.
E nisso seus inimigos têm razão.
Seus inimigos dizem que, se Napoleão tivesse tido um jornal como
o Granma, nenhum francês ficaria sabendo do desastre de Waterloo.
E nisso seus inimigos têm razão.
E nisso seus inimigos têm razão.
Seus inimigos dizem que exerceu o poder falando muito e escutando pouco,
porque estava mais acostumado aos ecos que às vozes.
E nisso seus inimigos têm razão.
E nisso seus inimigos têm razão.
Mas seus inimigos não dizem que não foi para posar para a História que
abriu o peito para as balas quando veio a invasão, que enfrentou os furacões de
igual pra igual, de furacão a furacão, que sobreviveu a 637 atentados, que sua
contagiosa energia foi decisiva para transformar uma colônia em pátria e que
não foi nem por feitiço de mandinga nem por milagre de Deus que essa nova
pátria conseguiu sobreviver a dez presidentes dos Estados Unidos, que já
estavam com o guardanapo no pescoço para almoçá-la de faca e garfo.
(...)
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Eduardo Galeano – Intelectual e escritor Uruguaio – 2008.
Do livro “Espelhos: uma história universal”.
Trad. Éric Nepomuceno.
IN Outras Palavras.