Repare: o efeito do programa [Bolsa-família] não é de troca, não é
de 'vote em mim, senão você não vai receber o benefício'. Isso seria
clientelismo. Agora, se o programa traz um resultado positivo para a vida das
pessoas, algumas podem querer prestigiar o candidato do governo. Mas o efeito
não é muito grande, não é determinante. Chamariam uma redução da inflação, que melhora
a vida das pessoas, de compra de votos? Não chamariam. Por essa lógica, o Bolsa
Família não é muito diferente. Senão, quase qualquer coisa que o governo faça
seria compra de votos.
Ingrid Matuoka
Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes voltou a associar o Bolsa
Família à prática de compra de votos. Segundo o magistrado, o programa de
transferência de renda, principal vitrine das gestões de Lula e Dilma Rousseff,
foi usado para a perpetuação dos governos petistas.
"Com o Bolsa Família generalizado, querem um modelo de fidelização
que pode levar à eternização no poder. A compra de voto agora é
institucionalizada", afirmou Mendes, na sexta-feira 21.
Cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Cesar Zucco há tempos
estuda o impacto eleitoral do Bolsa Família nas eleições. Em 2014, cada
ponto porcentual de cobertura do programa em um município rendeu, em média,
0,32 ponto porcentual na votação de Dilma naquela cidade.
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Ingrid Matuoka – 21.10.2016.
César Zucco – Cientista politico e professor da Fundação Getúlio Vargas.
IN Carta Capital.