Se os cartórios forem desmontados pela metade não se poderá falar de uma nova relação entre capital e trabalho. Será apenas mais um capítulo de uma história há muito conhecida por quem, desde sempre, paga o pato.
Maria Cristina Fernandes
O anúncio foi publicado em fundo amarelo-pato. Por meio dele, a Fiesp
anunciou ontem aos leitores dos principais jornais do país que decidira apoiar
o fim do imposto sindical. Havia chegado a hora da meritocracia, dizia. Por
isso, a entidade, em respeito à coerência, decidira aceitar a navalha na
própria carne. Em artigo, também publicado ontem, na "Folha de
S.Paulo", três dirigentes industriais, Horácio Lafer Piva, Pedro Luiz
Passos e Pedro Wongtschowski, expuseram a profundidade da navalhada. No texto,
o ex-presidente da Fiesp, e o atual e o ex-presidente do Iedi afirmam que a
proposta tirará dos sindicatos trabalhistas R$ 2,1 bilhões, referentes ao dia
de salário que os trabalhadores pagam compulsoriamente.
O projeto, dizem, também vai abolir a versão patronal deste imposto que, no cálculo dos industriais, somou R$ 934 milhões, distribuídos, em 2016, para entidades como Fiesp, CNI e CNA. Não está escrito lá, mas o livro-caixa da Federação das Indústrias de São Paulo registra que a fatia a ser subtraída da instituição, com seu desprendido aval, representa 10% do seu orçamento.
(...)
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acesse http://www.valor.com.br/politica/4950364/o-desmonte-parcial-do-corporativismo
Maria Cristina Fernandes – Jornalista – 27.04.2017.
IN Valor Econômico.
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