De acordo com as regras de funcionamento do nosso capitalismo de
compadrio, o sucesso de boa parte de nossas grandes empresas foi construído
mediante corrupção, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. No melhor
estilo "rent seeking", nossos empresários investem em "relações
institucionais" em vez de bens de capital, tecnologia e produtividade da
mão-de-obra.
Ao concordar em oferecer multas baixas (em relação ao seu patrimônio
e faturamento), condições favoráveis de pagamento e imunidade judicial para os
executivos para obter informações sobre os políticos, a PGR faz uma opção clara
pela estratégia de terra arrasada com a classe política.
Bruno Carazza
No já clássico livro "Por que as Nações Fracassam?" (2012),
Daron Acemoglu (MIT) e James Robinson (Harvard) analisam diversos países ao
longo da História para identificar por que alguns crescem com distribuição de
renda e outros só produzem atraso e desigualdade.
A principal conclusão do livro é que sociedades que permitem uma relação
umbilical entre sua elite econômica e o grupo que ocupa o poder tendem a
produzir políticas públicas concentradoras de renda e antidemocráticas.
O sistema funciona num ciclo vicioso e reiterado em que empresários obtêm
benefícios estatais em troca do pagamento de propinas e doações de campanha que
permitem aos políticos permanecerem no poder.
(...)
Para continuar a leitura,
http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/05/1885749-punicoes-leves-sao-pessima-sinalizacao-para-o-futuro.shtml
Bruno Carazza – Doutor em Direito e Mestre em Economia – 20.06.2017.
IN Folha de São Paulo.