segunda-feira, 5 de junho de 2017

Por que publicar mais dados abertos não é suficiente para empoderar os cidadãos


simplesmente "liberar" dados não é suficiente. Até mesmo a conferência de alto nível da ONU sobre a revolução dos dados na África, realizada no ano passado, reconheceu que é improvável que os cidadãos usem dados abertos e, portanto, os intermediários - ou "infomediários" - devem desempenhar um papel importante. Esses grupos (exploradores de dados, acadêmicos, organizações da sociedade civil competentes em dados, etc.) transformam dados em informações acionáveis, que podem então ser usadas ​​para pressionar por mudanças tangíveis.

Adi Eyal
Quando assisti à Conferência Internacional de Dados Abertos em outubro passado em Madri, houve muita discussão sobre se os dados abertos falharam em cumprir sua promessa. Os dados abertos aumentaram realmente a transparência, melhoraram a eficiência do governo, deram origem à paz mundial, acabaram com a fome no mundo? O que realmente estamos dizendo quando falamos sobre o "impacto" dos dados abertos? Qualquer impacto que possa haver é restrito a uns poucos estudos de caso interessantes, mas ainda não há um conjunto maior de pesquisas descrevendo como os dados abertos trouxeram uma mudança sistêmica e de longo prazo para sociedades ao redor do mundo.
Na conferência, ouvi os mesmos argumentos ​​sobre a necessidade de que os dados fossem "abertos por padrão". Ouvi inúmeros exemplos de hackers subversivos liberando dados presos em PDFs para "descobrir corrupção". O ato de tornar público certos conjuntos de dados raramente resultou em mudanças de política tangíveis. Parecia para mim que o mantra dos puristas de dados abertos é que não podemos prever como os dados serão usados, então a liberação de dados é importante por si mesma, sem preocupação com seu valor para a sociedade.
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Adi Eyal – 11.01.2017.
IN Rede de Jornalistas Internacionais.