A concessão de serviços não é novidade. Há décadas os serviços de
ônibus e de limpeza são geridos e operados pelo setor privado. Funcionam mal e
a custo elevado. (...)
Avanços como o Bilhete Único, corredores de ônibus e centrais
mecanizadas de reciclagem foram iniciativas de gestões progressistas, e não das
empresas. Os ônibus são poluentes, barulhentos e têm chassis altos. Não se
investe em educação para reduzir a geração de resíduos e aumentar a reciclagem
e a compostagem. Isso não interessa às empresas.
Uma reforma na gestão municipal é necessária. A desestatização é uma
opção que pode ser adotada, desde que se demonstrem os benefícios, com uma
regulamentação clara, prevendo receitas e serviços a serem realizados, garantia
de gratuidades e controle social.
Nabil Bonduki
Você assinaria uma procuração para um gestor, por melhor que fosse, para
vender, alugar ou conceder o patrimônio que você acumulou ao longo da vida, sem
estabelecer condições, preço e destinação da receita obtida?
Pois é isso que Doria quer dos vereadores
paulistanos. Aprovar, em nosso nome, sem debate público, projetos de
leis genéricos e de duvidosa legalidade, que visam a vender ou conceder ativos
municipais. Uma irresponsabilidade.
Os PLs não definem os bens específicos a serem transacionados, a
modalidade de desestatização em cada área, os valores de referência, o que será
feito com eles e a garantia de que serviços serão prestados.
(...)
Para continuar a leitura, acesse http://m.folha.uol.com.br/colunas/nabil-bonduki/2017/07/1898264-sera-uma-irresponsabilidade-aprovar-as-privatizacoes-de-doria-no-escuro.shtml
Nabil Bonduki – Arquiteto, Vereador do Município de São Paulo – 07.2017.
IN Folha de São Paulo.