sábado, 29 de julho de 2017

Será uma irresponsabilidade aprovar as privatizações de Doria no escuro


A concessão de serviços não é novidade. Há décadas os serviços de ônibus e de limpeza são geridos e operados pelo setor privado. Funcionam mal e a custo elevado. (...)
Avanços como o Bilhete Único, corredores de ônibus e centrais mecanizadas de reciclagem foram iniciativas de gestões progressistas, e não das empresas. Os ônibus são poluentes, barulhentos e têm chassis altos. Não se investe em educação para reduzir a geração de resíduos e aumentar a reciclagem e a compostagem. Isso não interessa às empresas.
Uma reforma na gestão municipal é necessária. A desestatização é uma opção que pode ser adotada, desde que se demonstrem os benefícios, com uma regulamentação clara, prevendo receitas e serviços a serem realizados, garantia de gratuidades e controle social.

Nabil Bonduki
Você assinaria uma procuração para um gestor, por melhor que fosse, para vender, alugar ou conceder o patrimônio que você acumulou ao longo da vida, sem estabelecer condições, preço e destinação da receita obtida?
Pois é isso que Doria quer dos vereadores paulistanos. Aprovar, em nosso nome, sem debate público, projetos de leis genéricos e de duvidosa legalidade, que visam a vender ou conceder ativos municipais. Uma irresponsabilidade.
Os PLs não definem os bens específicos a serem transacionados, a modalidade de desestatização em cada área, os valores de referência, o que será feito com eles e a garantia de que serviços serão prestados.
(...)






Nabil Bonduki – Arquiteto, Vereador do Município de São Paulo – 07.2017.
IN Folha de São Paulo.