[na análise do conteúdo de Folha, EStadão, O Globo e Jornal
Nacional] Parece que a frase ”imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e
molhados”, de Millor, tão repetida por noblat durante o governo Dilma, foi completamente esquecida pelas
principais empresas de jornalismo. A cobertura pitbull do governo federal foi
abandonada para dar lugar à cobertura poodle.
Em junho do ano passado, Otávio Frias Filho, diretor editorial e um dos herdeiros da Folha de S. Paulo, participou de uma conferência em Londres em que se discutiu o papel da mídia na crise política brasileira. Uma das convidadas era a jornalista Sue Branford, que criticou a falta de pluralidade da imprensa e apontou o maciço apoio dos grandes veículos de comunicação ao processo de impeachement de Dilma. Irritado, Frias tentou desqualificá-la ao dizer que sua visão correspondia à da "militância do PT" e completou dizendo que a "mídia não manipula ninguém". Em outro momento da conferência, defendeu a Folha ao dizer que a empresa tratou de forma igualmente crítica os governos FHC, Lula e Dilma - e que o mesmo aconteceria com Temer.
Quem acompanha o
noticiário com um mínimo de atenção e está com as faculdades mentais em ordem,
sabe que essa é uma grande falácia. A cobertura da grande mídia é tendenciosa e
alinhada aos interesses das forças políticas conservadoras, do mercado
financeiro e à agenda ultra neoliberal hoje representada por PMDB e PSDB.
Essa semana foi lançado
o novo site do Manchetômetro - uma iniciativa do cientista político e coordenador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP) João Feres Jr. da UERJ - qeu faz um monitoramento diário da cobertura dos principais veículos da grande mídia (Folha, Estadão, O Globo e Jornal Nacional) sobre temas como política e economia. É uma ferramenta que traz dados importantes para o debate político e ajuda a compreender o papel da mídia no processo democrático. Na nova versão do site, os visitantes podem produzir seus próprios gráficos escolhendo temas, veículos, partidos e o período desejado.
(...)
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João Filho – 30.04.2017.
IN The Intercept.