domingo, 27 de agosto de 2017

O que vi nos 20 dias que passei em um grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro no WhatsApp


Eles são jovens, antimídia, odeiam a Rede Globo e Reinaldo Azevedo (considerado comunista); defendem as Forças Armadas, o torturador Coronel Brilhante Ustra e se autodeclaram fascistas, xenófobos e homofóbicos; veja conversas.

Diógenes Muniz
Sexta-feira, 15 de abril, 1h da tarde. Jair Bolsonaro acena de dentro do Rolls-Royce de cerimônias usado para a posse dos presidentes brasileiros. O político do PSC (Partido Social Cristão) veste a faixa presidencial sobre o terno preto e usa óculos Thug Life (aqueles que cobrem os olhos de quem supostamente acaba de “mitar” na internet). Sob a montagem, uma legenda sugere: “Se você acredita que isso se tornará realidade, deixe o seu amém”.
Em poucos segundos, améns vindos de vários cantos do país tomam a tela. Emojis com mãos ao alto ou rezando, além de carinhas felizes com lágrimas e corações coloridos aparecem ao lado das exaltações religiosas.
Criado em outubro de 2015, o grupo Direitas Já tem cerca de 170 membros de todas as regiões do Brasil. A maioria dos integrantes é jovem, na faixa dos 18 aos 30 anos. Entre os números que constam em sua lista de membros estão os de Eduardo Bolsonaro e de seu pai, Jair.
Nenhum dos dois é ativo. Bolsonaro pai nada publica ou lê. Já o filho (ou sua equipe) às vezes joga vídeos contra o governo e a esquerda. Suas interações são recebidas com uma profusão de emojis de aplausos em apoio ao “Bolsokid”, como é carinhosamente apelidado pelos seguidores.
Um dos mais participativos do fórum, o cearense Janderson Guerra, 22, define o Direitas Já como uma reunião de “jovens, estudantes universitários de direita, conservadores e cristãos”.
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Diógenes Muniz – 10.05.2016.
IN Ponte Jornalismo (Reproduzido por Ópera Mundi).