A repórter da Pública
checou a atuação de dez federações estaduais pelo afastamento da presendente
Dilma; metade delas participou oficialmente dos movimentos pró-impeachment.
Alice Marciel
Empresários de todos os cantos do país desembarcaram em Brasília nos
meses de março e abril com uma missão definida: visitar deputados de seus
estados e convencê-los a votar pela abertura do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT). Eles se espalharam discretamente pelos
corredores do Congresso em busca de votos, principalmente os dos parlamentares
indecisos. E, na avaliação dos representantes dos empresários, o lobby,
liderado pelos sindicatos patronais, surtiu efeito.
“Foi uma viagem muito produtiva não só pelos resultados como pela
mobilização em si. Fizemos um trabalho de corpo a corpo com os parlamentares
paranaenses e chegamos a ir à casa de um deles, que estava indeciso”, relatou
Elaine Rodrigues de Paula Reis, diretora do Sindicato das Indústrias Químicas e
Farmacêuticas do Estado do Paraná (Sinqfar). Ela integrou a comitiva da Fiesp,
formada por 50 lideranças empresariais, à capital federal no dia 17 de abril,
quando a votação na Câmara abriu caminho para o processo de impeachment. De
acordo com o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, pelo menos seis votos foram
revertidos “graças à mobilização da população e ao trabalho dos empresários”.
Os sindicatos dos patrões também foram para o front nas ruas. Enquanto a
Central Única dos Trabalhadores (CUT) liderava o movimento contrário ao
impeachment, os empresários usaram diversos recursos para incentivar as
manifestações pela saída de Dilma da Presidência.
A Pública foi atrás dessas histórias para mostrar como o setor
empresarial atuou no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff,
previsto para terminar no próximo dia 30. O levantamento foi feito nas dez
principais federações de indústrias do país. As entidades de São Paulo, Santa
Catarina, Paraná, Goiás e Rio de Janeiro declararam apoio formal. No Espírito
Santo, apesar de o presidente Marcos Guerra ser favorável ao impeachment, a
entidade não se manifestou. A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco
(Fiepe) informou que “a grande maioria dos sindicatos presentes na casa apoiou
o movimento”, no entanto a instituição não se posicionou. As federações de
Minas e da Bahia se mantiveram neutras.(...)
Para continuar a leitura, acesse https://apublica.org/2016/08/como-as-federacoes-empresariais-se-articularam-pelo-impeachment/
Alice Marciel – Jornalista – 25.08.2016.
IN A Pública.