Leonardo Athias – “Nós tivemos um duplo fenômeno. Uma
diminuição da desigualdade, por um lado alavancada pelas políticas de renda,
valorização do salário mínimo e programas sociais, direcionados à base da
pirâmide de rendimentos, além de ganhos educacionais, tornando a população um
pouco mais homogênea e ela pode almejar postos mais altos.”
Vladimir Platonow
Rio de
Janeiro – A diferença, no Brasil, entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres
ainda é grande, mas tem apresentado uma queda considerável nos últimos dez
anos. Entre 2001 e 2011 o rendimento familiar per capitada fatia mais rica
caiu de 63,7% do total da riqueza nacional para 57,7%. No mesmo período, os 20%
mais pobres apresentaram crescimento na renda familiar per capita,
passando de 2,6% do total de riquezas do país em 2001 para 3,5% em 2011.
Os
dados fazem parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2012, divulgada
hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para
Leonardo Athias, pesquisador da Divisão de Indicadores Sociais do instituto, a
redução da desigualdade no período deve ser atribuída às políticas de redistribuição
de renda no país, com valorização do salário mínimo, expansão do Bolsa Família
e ganhos educacionais, que permitem ao trabalhador almejar postos mais altos.
“Nós
tivemos um duplo fenômeno. Uma diminuição da desigualdade, por um lado
alavancada pelas políticas de renda, valorização do salário mínimo e programas
sociais, direcionados à base da pirâmide de rendimentos, além de ganhos
educacionais, tornando a população um pouco mais homogênea e ela pode almejar
postos mais altos.”
O
pesquisador também destacou o crescimento econômico ao longo da década passada
como indutor das melhorias sociais. Outro fator importante foi o controle
da inflação, iniciado na década de 90 e mantido após 2000, responsável por
preservar o salário das classes mais pobres, que não tinham proteção via
aplicações no sistema financeiro.
Outro
índice mostrado na pesquisa do IBGE que demonstra a redução da desigualdade no
país é o coeficiente de Gini, que vem apresentando uma redução constante a cada
ano, desde a década de 90, quando atingiu o nível mais alto, de 0,602, chegando
a 2011 com 0,508. Quanto menor o número, menos desigual é o país. Os extremos
do coeficiente para o ano de 2011, segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), foram de 0,586 para Angola e 0,250 para a Suécia.
Vladimir Platonow –
Reporter da Agência Brasil – 19.11.2012
Edição:
Lílian Beraldo
IN
“Agência Brasil” – http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-28/concentracao-de-renda-caiu-no-brasil-nos-ultimos-dez-anos-aponta-pesquisa-do-ibge
Expectativa de vida do brasileiro chega a 74
anos e
29 dias
Isabela Vieira
Rio de
Janeiro- A expectativa de vida dos brasileiros chegou a 74 anos e 29 dias em
2011, revelou hoje (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Nos últimos 11 anos, a taxa avançou em média 4 meses por ano.
Com
base no Censo, o órgão constatou que o brasileiro ganhou 3 meses e 21 dias de
esperança de vida em 2011, em relação à taxa verificada no ano anterior, de
73,76 anos. Na comparação com 2000, o ganho foi de três anos, sete meses e 29
dias.
Isabela Vieira –
Reporter da Agência Brasil – 29.11.2012
Editora: Denise Griesinger
IN “Agência Brasil” – http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-29/expectativa-de-vida-do-brasileiro-chega-74-anos-e-29-dias
Rendimento do trabalhador brasileiro cresce 16% na
última década
No
período (2001-2011), as mulheres e os trabalhadores do mercado informal foram
os que apresentaram os maiores ganhos reais, de 22,3% e 21,2%, respectivamente.
Nielmar de Oliveira
Rio de
Janeiro - O rendimento médio no trabalho principal das pessoas com mais de 16
anos de idade registrou aumento real de 16,5% de 2001 a 2011. No período, as
mulheres e os trabalhadores do mercado informal foram os que apresentaram os
maiores ganhos reais, de 22,3% e 21,2%, respectivamente.
Os
dados constam da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais: Uma Análise das
Condições de Vida da População Brasileira 2012, que o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) está divulgando hoje (28).
No caso
das mulheres, o maior aumento foi observado na Região Nordeste (39,6%) e, entre
os trabalhadores informais, na Região Centro-Oeste (31,1%). Segundo o IBGE, a
desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres tem se reduzido nos últimos
anos, mas as mulheres ainda recebem menos que os homens – em média 73,3% do
rendimento deles.
Outra
constatação da pesquisa do IBGE é a de que, entre trabalhadores com maior nível
de escolaridade (12 anos ou mais de estudo), a desigualdade de rendimentos por
gênero é mais elevada, já que as mulheres recebem apenas 59,2% do rendimento
referente aos homens.
Na
Região Nordeste, a desigualdade de rendimentos por gênero neste grupo de
escolaridade é ainda mais elevada e as mulheres chegam a receber apenas 57,4%
do rendimento dos homens. No Piauí, por exemplo, as mulheres com nível superior
completo ou incompleto chegam a receber menos da metade (47,5%) do rendimento
dos homens com a mesma escolaridade.
A
desigualdade por cor ou raça também é visível a partir dos dados do estudo. O
rendimento médio dos trabalhadores pretos ou pardos com mais de 16 anos
equivale a 60% do rendimento médio da população branca nessa mesma faixa
etária. A situação, no entanto, já foi mais grave. Em 2001, o rendimento de
pretos ou pardos era 50,5% menor do que o recebido pelos trabalhadores de cor
branca.
Nielmar de Oliveira –
Reporter da Agência Brasil – 28.11.2012
Edição: Denise Griesinger
IN “Agência Brasil” – http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-11-28/rendimento-do-trabalhador-brasileiro-cresce-16-na-ultima-decada