quarta-feira, 22 de julho de 2015

Perfil de Eduardo Cunha no Valor - "O PT está perdido"



A Câmara é o ambiente natural no qual se move Eduardo Cunha. Seu domínio são as articulações de bastidor, os acordos, o frio cálculo político.
 
Raymundo Costa 
Ele não chega a ser propriamente um cristão novo  no PMDB, mas em apenas pouco mais de uma década escalou os principais cargos no partido, algo que outros condestáveis da sigla levaram até 40 anos para conseguir, e se encontra, agora, às vésperas de sua maior conquista pol´tica – a presidência da Câmara dos Deputados, o segundo cargo na linha de sucessão da Presidência da República. Até os mais renhidos adversários do deputado Eduardo Cunha (RJ) reconhecem que só um imprevisto de grandes proporções pode tirar de suas mãso a vitória na eleição marcada para primeiro de fevereiro. Na prática, isso significa que, em caso de impedimento da presidente Dilma Rousseff e de seu vice Michel Temer, seja qual for o motivo, como uma viagem simultânea de ambos ao exterior, o polêmico líder da bancada dos deputados do PMDB sentará na principal cadeira do Palácio do Planalto, mesmo que seja por algumas poucas horas, como é usual.
Um feito notável para um deputado que chegou a Brasília para exercer seu primeiro mandato federal nos idos de 2003, já com as costas vergastadas por denúncias de práticas de corrupção e envolveimnto em negócios obscuros. Nesse curto espaço de tempo Cunha conseguiu impor-se ao comando do PMDB como candidato do partido a presidente da Câmara, apesar de não contar com a boa vontade do Palácio do Planalto e muito menos da presidente Dilma. Cunha certamente entra com apoios até no PT, que tem um candidato próprio ao cargo, o deputado federal Arlindo Chinaglia (SP). E sem amigos que possa realmente chamar de seus. O que ele tem é associados na empreitada de conquistar a presidência da Câmara. Por isso é favorito. Uma posição diligentemente tecida ao longo desses pouco mais de dez anos na Casa.
(...)

 

 

 

 

Raymundo Costa – 23.01.2015
IN Valor Econômico.