sexta-feira, 17 de julho de 2015

Reforma política e voto facultativo



A participação nas urnas tende a ser menor entre os indivíduos cujo custo do voto é mais elevado (custos de deslocamento, por exemplo).
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A princípio, não há nenhuma razão que permita supor qu os mais escolarizados, os mais velhos, os brancos e os que estão empregados – enfim, os mais ricos – estejam mais capacitados para escolher o melhor para a coletividade. Provavelmente, são mais capacitados para escolher o melhor para os seus próprios interesses.

Rafael Cortez e Adriano Pitoli
O debate sobre a reforma política deve ganhar força ao longo do segundo mandato Dilma. A expressão “mãe de todas as reformas” sintetiza o status da reforma política dado por parcela significativa da classe política e da opinião pública. Nessa narrativa, a reforma das regras da competição polítca permitiria ao país não apenas aprimorar o processo democrático, mas também criar condições para a implementação de um pacote de reformas estruturais necessárias.
Entretanto, a ideia de que o Brasil não faz reforma política é, em boa medida, falsa. As regras da competição política mudam recorrentemente, seja por decisão dos parlamentares, seja pelo ativismo do Poder Judiciário.
Ao mesmo tempo, o consenso em torno dessa tão propalada reforma política se encerra quando são levantadas as primeiras proposições.
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Rafael Cortez – Cientista Político;
Adriano Pitoli – Diretor da área de análise setorial e inteliência de mercado da Tendências Consultoria – 19.02.2015
IN Valor Econômico, versão impressa.