sábado, 5 de setembro de 2015

'Chacinas revelam anestesia moral', diz sociólogo


Sérgio Adorno – “Existe, mas essa solução tem de ser conjunta, entre governo e sociedade. Do lado do Estado, é necessária uma ampla reforma da atual política de segurança. E isso inclui uma apuração rigorosa sobre a responsabilidade criminal de agentes que violem as leis.
A impunidade é um elemento-chave nesse processo. Se o policial que comete um crime não for punido, ele se sente legitimado e vai cometê-lo novamente. Do nosso lado, temos de construir uma base de solidariedade pela qual todos sintam que preservar a vida é um valor absoluto”.

Luís Guilherme Barrucho
Nas décadas de 1980 e 1990, execuções em massa levavam pânico e terror à região metropolitana de São Paulo. Moradores viviam assustados e corpos amanheciam estirados pelas ruas. O cenário mudou ─ para melhor ─, mas as chacinas não foram extintas. Pelo contrário, continuam a assombrar a população e turbinar as estatísticas de criminalidade.
O sociólogo Sérgio Adorno conhece a fundo o problema. Coordenador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, ele é uma das principais referências no estudo sobre o tema.
Na quinta-feira passada, uma chacina em Osasco e em Barueri resultou na morte de 18 pessoas e suscitou temores de um novo ciclo de violência.
Um levantamento do Instituto Sou da Paz, com base em dados obtidos junto à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP SP), mostra que o número de mortos em chacinas na Região Metropolitana de São Paulo dobrou no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014 ─ e sem que as vítimas fatais do episódio mais recente fossem contabilizadas.
Em entrevista à BBC Brasil, Adorno abordou as causas mais comuns para as chacinas, o papel da polícia como fator gerador de violência e a comoção popular ante este tipo de crime.
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Para continuar a leitura – e ler toda a entrevista -, acesse http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/08/150820_entrevista_sergio_adorno_chacina_lgb





Sérgio Adorno – Sociólogo e professor da USP.
Luís Guilherme Barrucho – 15.08.2015.
IN BBC Brasil.