Esgotos, produtos químicos
e plásticos contaminam os litorais e reduzem a biodiversidade marinha.
Daniela Chiaretti
Os
cientistas ficaram horrorizados ao entrar no chuveiro e encontrar pequenas
bolinhas coloridas, de 2 a 3 mm de diâmetro, misturadas ao sabonete líquido
oferecido pelo hotel. Era o prenúncio de uma crise no início da conferência
sobre poluição nos oceanos promovida pelas Nações Unidas em Montego Bay, na
Jamaica, no fim de 2013, e que acontecia no mesmo lugar onde todos os 250
participantes estavam hospedados.
A suspeita dos pesquisadores era de que o sabonete fosse um daqueles produtos
de higiene pessoal que vêm com microesferas de plástico. Elas vêm sendo usadas
nos últimos 10 anos pelos fabricantes de cremes de barbear, xampus, esfoliantes
e outros cosméticos. As estações de tratamento de água não foram projetadas
para reter partículas tão pequenas e as bolinhas acabam indo da pia direto para
os mares. Plásticos são um grande desastre para os oceanos e ecossistemas
costeiros, e quanto menores, pior o estrago. Microesferas plásticas são
encontradas em ostras, mariscos e até baleias.
A conferência promovida pelo governo da Jamaica e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) debatia justamente os elos entre as atividades terrestres e seu impacto no mar. O cenário não é animador: esgotos, produtos químicos e plásticos estão transformando as costas em lixões, reduzindo a biodiversidade marinha e aumentando as zonas mortas em todos os oceanos.
"Resíduos plásticos são um problema transfronteiriço clássico", diz estudo do Pnuma. "É possível recuperar uma parte através da limpeza das costas, mas há muito mais em áreas não visíveis do oceano, tanto na superfície como no fundo", continua. "Os oceanos estão sofrendo e as soluções não podem vir de um único país", disse Elizabeth Maruma Mrema, vice-diretora do Departamento de Políticas Ambientais do Pnuma. "Temos que buscar parcerias, dividir as melhores práticas e o setor privado têm que estar a bordo", continuou.
(...)
A conferência promovida pelo governo da Jamaica e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) debatia justamente os elos entre as atividades terrestres e seu impacto no mar. O cenário não é animador: esgotos, produtos químicos e plásticos estão transformando as costas em lixões, reduzindo a biodiversidade marinha e aumentando as zonas mortas em todos os oceanos.
"Resíduos plásticos são um problema transfronteiriço clássico", diz estudo do Pnuma. "É possível recuperar uma parte através da limpeza das costas, mas há muito mais em áreas não visíveis do oceano, tanto na superfície como no fundo", continua. "Os oceanos estão sofrendo e as soluções não podem vir de um único país", disse Elizabeth Maruma Mrema, vice-diretora do Departamento de Políticas Ambientais do Pnuma. "Temos que buscar parcerias, dividir as melhores práticas e o setor privado têm que estar a bordo", continuou.
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Daniela Chiaretti - de Montego Bay, Jamaica – 20.01.2014
IN
Valor Econômico, ed. impressa.